O atendimento ao usuário do Sistema Único de Saúde do município continua com falhas que angustiam o povo.
As pessoas que trafegavam pelas imediações da Praça Sá Barreto, desde o início da manhã desta segunda-feira (26), ao visualizarem a imensa fila que começava no portão de entrada do Ginásio da Igreja Sião e subia a ladeira da Rua Antônio Nascimento (Rua do Cruzeiro), estendendo-se até o Supermercado Petrópolis, poderia pensar até que se tratava de algo relacionado à distribuição de cestas básicas. Mas, não. Era a fila de quem queria tomar a segunda dose da vacina contra a covid-19 (Fiocruz).
Por volta das 14h00, quando a reportagem do Blitz Conquista chegou ao local, a fila já era um pouco menor, estendendo-se até o final da residência do saudoso Pedral Sampaio, na Rua Antônio Nascimento. Por volta das 14h08, uma servidora municipal, acompanhada de um Guarda Municipal, percorreu a toda a extensão da fila, anunciando o fim das senhas. Significando, portanto, quem não havia vacina para todos, nem mesmo para muitos dos que já se encontravam na fila.
A partir desse momento, a fila começou a se desfazer. E os que já haviam recebido a senha anteriormente, permaneceram. Outros que não receberam senha, ainda tentavam de alguma forma obter atendimento; alguns na fila e outros amontoados junto ao portão de entrada. A essa altura, uma viatura da Polícia Militar já havia chegado ao local para reforçar a segurança feita pelos Guardas Municipais.
O Blitz Conquista não registrou tumulto, mas ouviu alguém de dentro do ginásio dar a palavra de ordem para que o povo se acalmasse, caso contrário, ninguém mais seria atendido. Também foi possível ouvir, da pessoa que informou que as senhas haviam acabado, que iria verificar se seria possível liberar mais algumas. Isso depois que muitos já haviam abandonado a fila.
Uma senhora que se encontrava em frente ao portão, mas do outro lado da rua, na calçada da praça, fazia um lanche: com um pastel e uma lata de refrigerante nas mãos. Então, o repórter perguntou: fazendo um lanchezinho porque já foi atendida, né? E ouviu a resposta surpresa: “fui atendida ainda não. É que eu sou diabética, eu saí para comer algo para eu não passar mal”. Então, foi questionada sobre que horas tinha chegado para pegar a fila. A resposta dela surpreendeu novamente: “desde as 08h00 estou na fila e nem entrei ainda”. Ela se encontrava a menos de dez metros da entrada.
Não bastasse tudo isso, quando a reportagem se preparava para deixar o local, um indivíduo insistiu em falar sobre a sua experiência na fila. Havia tentado obter uma senha, mas desistiu, pois precisava trabalhar. Informou que até já havia sido demitido de um trabalho porque seu ex-patrão não acreditou que estivesse mesmo indo vacinar-se.
Questionado por uma cidadã sobre o porquê de não darem a senha para quem estava na fila, para serem atendidos no dia seguinte, um servidor público municipal limitou-se a dizer que as pessoas deveriam procurar “(…) a Prefeitura para abrir mais posto de vacina, porque só tem esse para pedestre (…) vocês têm que reclamar com eles.”