Se as eleições presidenciais fossem hoje, o ex-presidente Lula teria 41% dos votos no primeiro turno, seguido pelo atual presidente, Jair Bolsonaro, com 24% dos votos, e pelo ex juiz Sérgio moro, com 11%. O ex-governador Ciro Gomes teria 7% dos votos e o governador de São Paulo, João Dória, 4%.
Esta é a pesquisa mais recente realizada pelo Instituto Ideia, especializada em opinião pública. Ouça análise de Maurício Moura, fundador do Ideia:
“A primeira pesquisa Exame-Ideia de 2022 presidencial, na minha opinião, traz 4 pontos importantes:
O primeiro, a ascensão do ex-presidente Lula na intenção de voto espontânea, chegando a 34%.
Ascensão essa baseada em avanços importantes, como por exemplo, na Região Centro-oeste ou na consolidação de votos na Região Sudeste, uma região fundamental para eleição presidencial ou mesmo em avanços importantes em subsegmentos até bolsonaristas, como é o caso dos evangélicos. Lembrando que o voto espontâneo dá o real engajamento do eleitor com o candidato, porque é um é um voto na qual o entrevistado não é apresentado nenhuma alternativa de candidato.
Segundo ponto: em segundo lugar, vem o presidente Jair Bolsonaro, no voto espontâneo, com 20%. Esses 20%, basicamente, são o grupo de eleitores que avaliam o governo positivamente. O que é uma avaliação ainda muito baixa. Não chega a um quarto dos eleitores brasileiros que avaliam o governo ótimo e bom. Passa de 50% aqueles que avaliam o governo ruim e péssimo, ou seja, avaliação negativa é muito alta e os parâmetros positivos ainda são baixos. Para completar, 2/3 do país não querem que o presidente ou não acham que o presidente Jair Bolsonaro mereça continuar um segundo mandato. Ou seja, uma situação bastante delicada nos parâmetros da reeleição.
Terceiro ponto: por outro lado, a terceira via ainda é muito distante no imaginário da opinião pública. Se a gente somar o voto espontâneo dos candidatos Ciro Gomes, João Dória e Sérgio moro ainda não atinge 2 dígitos percentuais. Ou seja, é esses candidatos ainda não são alternativas palpáveis a Lula e Bolsonaro.
Por último, é interessante perceber que aumentou na cabeça dos brasileiros o favoritismo do ex-presidente Lula.
Para ganhar eleição, se a gente perguntasse a um ano atrás, quem ganharia eleição, certamente, o primeiro colocado seria o atual presidente, Jair Bolsonaro.
Essa curva se inverteu, mostrando que o Lula não só passa, ganhou intenção de votos, cresceu na intenção de voto, mas também passou a ser cada vez mais favorito para a opinião pública brasileira.