As declarações do ex-governador Jaques Wagner sobre o fechamento da chapa da situação para a disputa pelo Palácio de Ondina, com o “golpe” no grupo político do herdeiro do carlismo, ACM Neto, pois o vice da chapa de Jerônimo é o atual presidente da Câmara de Vereadores da Capital baiana, demonstram muita confiança: “Conquistamos mais um pedaço de Salvador, a disputa aqui é uma disputa importante e por isso nós fomos buscar um cabra que conhece muito a cidade e orgulha todos os vereadores da Bahia, vocês vão ter um vereador na vice-governadoria do Estado e isso tem muito significado.”
Sutilmente em sua fala, Wagner deixa nas entrelinhas a ideia de que houve uma valorização dos vereadores com a sua manobra. Não deixa de ser, efetivamente, uma manobra que dá visibilidade ao papel da vereança, que via de regra tem a sua influência voltada para o universo de cada município. Mas, talvez ele não saiba, ainda, a dor de cabeça que causou para parte dos vereadores da Câmara de Vitória da Conquista, assim como de muitos outros municípios baianos. Na realidade das terras dos imborés, o presidente do Legislativo vai ter que buscar na justiça o direito de mudar de partido, sem perder o diploma do cargo, visto que, pelas vias ordinárias não pode mais trocar de partido. E qual o problema de ficar/continuar no MDB? Em nível estadual, agora o MDB é coligado com o PT de Rui Costa e Wagner para o pleito deste ano. Como o Vereador Luiz Carlos “Dudé” não deixou boas lembranças para a maioria dos “companheiros” do PT local, é muito difícil que haja uma convivência sem restrições ao vereador. Com esta afirmativa não se faz alusão a qualquer questão pessoal, mas a decisões políticas que desagradaram a esquerda em outros pleitos.
Atualmente, a pior condição é a da vereadora Lúcia Rocha (presidente do MDB local), que, com a pré-candidatura em situação praticamente irreversível, não pode mudar de partido, se quiser concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa da Bahia. E, para que tenha êxito em sua candidatura, necessita do apoio do governo local. Coisa que não deverá acontecer, pois a prefeita já cuidou de exonerar diversas pessoas indicadas pela vereadora nesta quinta-feira (31).
Pelo jeito a regra é: quem pertence ao MDB e se alinha com o grupo de Sheila terá de desfiliar-se do partido, ou perderá o cargo. O Diário Oficial do Município desta quinta-feira (31) foi publicado com a exoneração de cinco pessoas ligadas a Lúcia Rocha:
Toda essa mudança nada mais é do que uma ação da gestora municipal com o objetivo de isolar Lúcia, pois, além do potencial para a legislatura estadual, também pode oferecer perigo nas próximas eleições para o executivo municipal.
… Farinha pouca, meu pirão primeiro!