Polo Têxtil é conversa mole para boi dormir, segundo o jornalista conquistense Paulo Nunes
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Meus caros e minhas caras, todo mundo sabe que eu tenho uma vida longa na nossa Vitória da Conquista e eu quero relatar para vocês o que aconteceu nos anos 70 em vitória da conquista, um golpe muito bem articulado.
A gente jamais imaginava que o desfecho desse golpe seria o que eu vou contar aos senhores. Apareceu aqui na cidade de Vitória da Conquista um senhor chamado Aquiles Dali Dávila. Ele se passava como “sobrinho do general”, comandante do terceiro exército de Porto Alegre, General Dávila. Ele se juntou com o gerente dos Correios de Conquista, a época nos anos 70. Mas eu vou preservar o nome, até porque é pai de um grande amigo meu e eu não quero machucá-lo. É um amigo que tem 45 anos que eu não vejo, mas eu vou deixar vocês sem saberem o nome que também pouco importa para o assunto. O fato é que os dois juntos fizeram um concurso, cobraram as taxas para poder fazer concurso para professor e tal, (…) enquanto Aquiles Dalí D’Avila dizia que era parente do general D’Avila, o funcionário dos Correios, que era o gerente, se dizia também parente e muito íntimo de Antônio Carlos Magalhães.
Bom, o que eu quero mostrar para vocês isso: esse Aquiles Dalí D’Avila, esse rapaz chegou a distribuir bolsas de estudo em Vitória da Conquista. Tinha muita gente que estudava no Colégio Batista, Conquistense, com bolsas de estudo conseguidas por ele. Eu não sei o que ele fazia para conseguir. Mas além disso, ele pegou um dia um pelotão da Polícia Militar e foi trocar tiro com cigano aqui no sertão da Bahia. Você vê o tamanho prestígio que gozava na sociedade de conquista esse Aquiles.
Um belo dia, na Câmara de Vereadores, a antiga, a histórica, a gente está lá na porta da Câmara de Vereadores e tal. Era o que tinha para fazer naquela época, e a Polícia Federal chega, algema e leva o todo poderoso representante do regime militar. A história daí eu não sei, mas o que eu quero falar com você hoje é o seguinte: aparecem alguns espertalhões para se locupletarem de dinheiro público e depois o resultado final da sua proposta não funciona.
Todos sabem que eu coloquei a minha voz contrária a história do Polo Têxtil, que foi alardeada aqui em algumas emissoras de rádio, blogs e a Prefeitura de Conquista, porque eu falei que isso é estelionato. Gente, se você consegue um raciocínio mínimo de matemática, você vai entender que se fizer um aglomerado de pessoas vendendo confecções em vitória da conquista, jamais poderia gerar 80 mil empregos.
Já dei exemplo: nós temos ferrovias no Brasil, o Norte, Sul, Oeste e Leste, porto sul, obras de recuperação de estradas e não gera este tanto de emprego. 80 mil empregos significariam que Vitória da Conquista não teria ninguém desempregado. Preste atenção! O município de Vitória da Conquista hoje tem 86 mil pessoas empregadas para uma população de perto de 400 mil.
Claro que você conta aí os jovens, a criança que não trabalha e também você conta os empresários que não precisam ter vínculo empregatício e movimenta as suas coisas. Dito isso, o que aconteceu com a Prefeitura de Vitória da Conquista que aportou um milhão e meio para esses que disseram que iriam implantar um tal de polo têxtil de Vitória da Conquista, que é um estelionato? E por que a prefeitura tinha que pagar? Os estudos, as pesquisas? Ora, raciocine comigo, quem tem a perspectiva de gerar 80 mil empregos, não precisa de prefeitura, não é? E mais ainda. Mandaram pra mim um vídeo onde um cidadão envolvido nessa cascata dizia que, junto ao tal do polo têxtil, iria também ter o polo das coisas que são produzidas em conquista como biscoito e requeijão, quer dizer, iriam transferir a feira, a nossa grande feira construída junto ao terminal da Lauro de Freitas, para esse tal de Polo Têxtil. Chegaram até dizer que já tinha terreno, que já tinha tudo, e no final não tinha nada. Quem perdeu? O povo de Conquista, porque a prefeita de Vitória da Conquista não consultou ninguém e resolveu aportar recursos.
Funcionários da prefeitura visitaram algumas cidades falando dessa história de Polo Têxtil. Meus caros e minhas caras, tradicionalmente vitória da conquista sempre teve muitas costureiras. Eu lembro aqui e registro que a minha mãe chamava na época camisa de carregação. Morava ali perto da casa de Zanatta, daqui de Vitória da Conquista, ali na rua da Conceição. Essa mulher, ela cortava as camisas. Eu ia lá na casa dessa mulher, buscava as camisas cortadas e minha mãe costurava. E eu descia ali do alto marrom com dois cabides um do lado e do outro e entregava pra ela a camisa que era vendida na feira. Por isso chamava camisa de carregação – era uma camisa mais barata.
Por esse ato que eu estou lhe falando, Vitória da Conquista sempre teve grandes alfaiates e grandes costureiras. Até a modernidade chegar e você ter a roupa pronta, comprada diretamente na loja, que no passado não era assim. Ora, claro que algumas confecções existem em Vitória da Conquista. Fundamentalmente de que? De camisa. Eu sempre compro camisa da Hoje In Data, já ali personalizada, em alguns lugares de Vitória da Conquista. Só que você imaginar que um cidadão que tem essa produção vai levá-la até um local e virar um shopping center de confecções e ali gerar um emprego, é uma tremenda ilusão. Agora, pergunta-se: que tipo de assessoria tem a prefeita de Vitória da Conquista, senhora Sheila Lemos, que ela foi capaz de ser engabelada com isso? E por que eu estou dizendo isso aos senhores? Veja bem, nessa época a prefeita Sheila ela era elogiada pelos “três mosqueteiros” que eu não sei se tinham quarto, que partilhavam dessa ideia nefasta do tal do Polo Têxtil de Vitória da Conquista, desde que o erário bancasse o milhão e meio de que eu falei.
Mas meus caros e minhas caras, o que aconteceu agora? Se juntar um partido de extrema direita em Vitória da Conquista, tentando ressuscitar Jair Bolsonaro e levar para o povo de conquista a ideia de que todo mundo tem que andar armado e que para poder ser livre tem que andar armado e quem anda armado mata, então quem mata tem que ir preso. Essa ideia maluca que o Jair Bolsonaro tem, que espalha e as pessoas ficam colocando isso na internet. Essa história de andar armado é coisa que não dá nem para entender, mas eu queria mostrar para vocês o seguinte: ora, se você engambelou a prefeita de conquista nessa ideia, por que a abandonou?
Porque eu volto a perguntar, essas pessoas que falaram com a prefeita de conquista, que ia ter em Vitória da Conquista o Polo Têxtil, e ela acreditou nos 80 mil empregos, que era um projetão, por que é que ficou contra a prefeita que ia tocar o projeto? Dá para você entender? Então eu sempre digo o seguinte, toda vez que alguém apresentar uma ideia para você, por mais factível que seja, pare e pense, principalmente se o elogio for do “sorriso de aeromoça”, obrigada é sorrir para todo mundo, não é? Pois é. Além disso, você tem um projeto para fazer o crescimento, o desenvolvimento, onde vai gerar dinheiro para você. E por que você procura a prefeitura de Vitória da Conquista para bancar esse projeto seu? Que tipo de comércio é esse que tem que sair do povo sofrido de Vitória da Conquista, o dinheiro, e depois você descobre que é uma mera fantasia. Pasmem! Até quando vão aparecer em Vitória da Conquista estelionatários dessa maneira e que caem na graça do povo, porque fica acreditando nessas bobagens. Conquista não vai ter Polo Têxtil nenhum, não é porque ela não tem fábrica, não é porque ela não tem a matéria prima. É porque o esquema foi feito pra não ter Polo Têxtil nenhum. E aí você há de entender que algum dinheiro foi ganho. Mas, o empreendimento? Babau!
*O texto acima é a transcrição do vídeo publcidado no You Tube. Você pode também assistir no link abaixo: