E a falta de fluidez já demonstra o risco de perda do controle quando acontecem acidentes graves
Após 40 horas de interrupção no tráfego de veículos na BR – 116, decorrência de grave acidente envolvendo um caminhão tanque de transporte de gás, a rodovia ainda registrava engarrafamento estimado em cerca de 50 km de extensão na manhã desta quarta-feira (6).
O acidente ocorreu nesta segunda-feira (4), e desde então equipes dos Bombeiros Militares, da Concessionária Via Bahia e Polícia Rodoviária Federal trabalharam para regularizar as condições de trafegabilidade. Mas, à medida que o tempo passava outros problemas surgiam, como por exemplo, escassez de alimento, água etc. Para completar, o risco de acontecerem furtos e roubos aos motoristas e cargas dos veículos aumentavam.
Neste sentido, o Comandante do CPRSO, Cel. Ivanildo da Silva, afirmou em entrevista ao programa Brasil Notícias, da Rádio Brasil FM, que designaria policiais para trabalharem conjuntamente com a PRF, os Bombeiros Militares e Via Bahia, visando a restauração das condições de tráfego e segurança. Na sua fala, o Coronel demonstrou estar indignado com a lentidão na remoção do veículo que permanecia na pista.
“E quanto a nossa situação, na nossa cidade da vitória da Conquista, isso aí já está se tornando problema de saúde pública, de segurança pública, e nós estamos, agora nesse momento, fazendo contato com a via Bahia, e também com os nossos amigos da Polícia Rodoviária Federal, e nós vamos tentar e vamos solucionar esse problema pelo menos a priori para aqueles que querem utilizar a rodovia para se deslocar até o aeroporto para fazer a sua viagem.
Já temos problemas de suspensão de voos de diversos locais, tanto de Salvador como de São Paulo e Belo Horizonte, (…) e a Polícia militar está dando todo apoio, inclusive para evitar o furto ou o roubo daqueles cidadãos que estão nas rodovias em seus veículos parados nos acostamentos e na via de rolamento.
Então, a Polícia Militar neste momento… nós não podemos nos furtar de fazer esse trabalho; e nós estamos direcionando o nosso pessoal para dar todo o suporte, e vamos sentar para solucionar a crise de qualquer forma, porque nós não podemos deixar ocorrer uma situação dessa, tornando-se uma situação grave para a nossa região Sudoeste, e principalmente na nossa cidade de Vitória da Conquista.
Não, não podemos ficar de braços cruzados esperando que determinadas empresas adotem medidas na hora que elas querem e da forma que elas querem.
Não estamos atendendo somente aquele cidadão que está na rodovia, mas sim todo a comunidade e toda a região.“
A fala do Coronel Ivanildo é mais uma voz que se levanta no momento em que a região parece estar refém do atraso, da incapacidade de ação célere por parte dos agentes públicos nas instâncias administrativos, da falta de força política dos representantes locais e de quem mais se possa recorrer, no sentido de fazer acontecer a tão falada duplicação da BR – 116.
É óbvio que a fala do competente Coronel tem contexto próprio, e sua indignação estava relacionada aos responsáveis por algumas medidas necessárias para trazer à normalidade o fluxo de veículos na BR (medidas essas que se encontram fora da alçada dos agentes públicos que já atuavam adequadamente no local), mas que não agiram conforme a ocasião exigia.
Esse episódio, somado a todos os demais acidentes que ocorrem dia após dia em todo o trecho da rodovia Santos Drumont, por falta de passarelas, de viadutos, sinalização mais eficiente etc. evidenciam riscos a que a região está exposta.
Exagero? De jeito nenhum. Afinal, quantos veículos ficaram sem transitar, quantas ambulâncias tiveram dificuldade para atravessar os 50 km de engarrafamento, quantos voos foram cancelados, quanto pode ter sido perdido com cargas perecíveis que não puderam ser entregue? Será que as pessoas revestidas da autoridade necessária para desatar esse nó na administração da rodovia consegue estimar o prejuízo que é posto na conta da população, porque na região não existe capacidade suficiente de fluxo de carga e de veículos?