A psiquiatra Katia Valente, que participa do Programa de Transtornos do Impulso, no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, explica como essas plataformas podem viciar rápido.
Com certeza você já ouviu falar do “Jogo do Tigrinho”. Ultimamente, esse jogo, que é uma espécie de caça-níquel online, ganhou repercussão na mídia por conta do crescente número de casos de pessoas viciadas. Mas por que essas plataformas conseguem chamar a atenção de forma tão rápida? A médica Psiquiatra, Cátia Valente, que trata do assunto no Instituto de Psiquiatria da USP, explica.
Quando a gente está falando do online, é um fácil acesso porque, porque está na palma da mão. Quem não tem um celular hoje e com essa promessa de ganhos, vão apostando. Essas, as casas de posta que estão se proliferando, elas em testem muito pesado. Então isso facilita, ainda mais a rapidez da dependência, porque, por exemplo, a gente sabe que em termos de neuroquímica, de funcionamento do cérebro, essa resposta rápida, o estímulo rápido de possível ganho, já gera, como se fosse, uma droga, aquele estímulo o intenso no cérebro. Pois se certa disponibilidade, o acesso constante a essas apostas, e esses são fatores que só vão aumentando o risco e, aumentando, realmente, a o perfil de dependência dessas pessoas. Quando a gente não tem fiscalização, quando a gente tem esse aumento da proliferação mesmo, das propagandas, a gente tem que concordar que isso só aumenta o risco de mais pessoas se tornarem e ativas desse vício, concorda?
Com a divulgação pesada dessas plataformas pelos influenciadores digitais e o aumento de casos, o governo federal estuda regularizar jogos eletrônicos de azar, como Fortetune Tiger, o famoso jogo do Tigrinho. A expectativa é que as regras e restrições sejam divulgadas nos próximos dias.