Na noite da última quinta-feira (20), o Sindicato dos Bancários de Vitória da Conquista e Região celebrou o Dia da Consciência Negra. O ato teve como objetivo estabelecer uma reflexão sobre o racismo e o condicionamento da população negra no Brasil.
O evento contou com uma palestra do historiador e coordenador do Núcleo de Promoção da Igualdade Racial, Uelber Barbosa, que fez um apanhado histórico do preconceito étnico em nosso país e sobre a necessidade de políticas públicas afirmativas voltadas para a população negra. “A única forma de fugir do embranquecimento ideológico é se afirmar. Perceber que os elementos biológicos e culturais que lhe constituem são tão bonitos quanto todos os outros. O Dia da Consciência Negra não é somente um dia para se comemorar, é uma oportunidade para fomentar o pensamento sobre o racismo que continua fazendo com que as pessoas de etnia negra sofram, sejam excluídas e sejam exterminadas, como está acontecendo com a nossa juventude”, afirma.
A representante do da Coordenação de Promoção Igualdade Racial, Elizabete Lopes, lembrou do papel da mulher negra que, além de sofrer discriminação étnica, ainda vive sofre a marca do machismo. “O mês da Consciência Negra precisa ser também um mês de luta pela autonomia absoluta da mulher negra e da completa liberdade feminina que protagoniza as trincheiras da resistência contra a discriminação por cor e por gênero”, sustenta.
A cultura também esteve presente através da apresentação do grupo Pelourinho da Bahia, onde o mestre Amazonas e seus alunos demonstram a capoeira, o maculelê e o samba de roda. “As manifestações culturais afro-brasileira quebram barreiras. A capoeira, por exemplo, consegue contagiar quem assiste, não faz distinção social ou racial das pessoas que participam da roda e valoriza o papel do negro na nossa sociedade”, compreende o mestre Amazonas.
Para a diretora de Assuntos de Raça e Etnia do SEEB/VCR, Risete Gois, as entidades sindicais e sociais devem se manter firmes na luta contra toda e qualquer discriminação. “Nacionalmente, menos de 25% dos bancários de autodeclaram negros. Na região de Vitória da Conquista esse número cai para 1%. Isto demonstra o quanto o preconceito influencia negativamente na vida e nas possibilidades das pessoas. Por isto, considero que toda a sociedade deve se mobilizar pelo fim do racismo e da discriminação, conclui. *com informações do Sindicato dos Bancários