Depois de quase um dia de negociações, a bancada do PT fechou um acordo para votar a favor das duas medidas provisórias (MP) que tratam do ajuste fiscal (MPs 664 e 665), disse há pouco o líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE). Ele participou das negociações com os petistas para viabilizar a votação das MPs. “O PT decidiu acompanhar o governo, por unanimidade. Vamos agora dialogar com os demais partidos da base, que estavam aguardando uma posição do PT”.
Segundo Guimarães, as negociações para chegar a um acordo em torno da aprovação das medidas foram difíceis, mas, ressaltou, que foi feita uma construção política muito importante. Entre as medidas estão, por exemplo, as que tratam de novas regras para acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial e ao benefício para o pescador artesanal. “A posição do PT de apoio político às duas MPs foi fundamental, até porque muitos partidos da base governista esperavam a posição do PT para decidirem sobre as votações”, disse.
Participaram das negociações os ministros da Previdência, Carlos Gabas; das Comunicações, Ricardo Berzoini; da Secretaria-Geral da presidência da República, Miguel Rossetto, e Pepe Vargas, da Secretaria de Direitos Humanos. Gabas disse estar confiante na aprovação das MPs do ajuste fiscal. Segundo ele, o PT decidiu votar unificado a favor das propostas. O ministro da Previdência está, desde cedo, na Câmara, conversando com deputados da base sobre a importância da aprovação das medidas do ajuste fiscal para o país.
A discussão da MP 665, que altera as regras de acesso ao seguro-desemprego, ao abono salarial, entre outras cosias, está ocorrendo no plenário da Câmara e acompanhadas por cerca de 250 pessoas, que assistem às discussões nas galerias. As senhas para acesso ao local foram liberadas pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aos partidos de acordo com o tamanho das bancadas partidárias. Durante os debates, Cunha pediu moderação às pessoas e avisou que se for necessário as retirará do recinto.
A votação deverá ocorrer até tarde da noite, em função da obstrução de partidos contrários à votação e dos que defendem que a votação deve ocorrer ainda hoje. O líder do PPS, Rubens Bueno (PR), disse que a oposição fará a obstrução à MP do seguro-desemprego para aguardar a chegada à Câmara da MP 664, que trata de regras para a pensão por morte, que foi aprovada nesta terça-feira pela comissão mista do Congresso. “Queremos votar as duas juntas e mostrar o custo do estelionato eleitoral de 2014”, disse o líder.