A maioria dos professores da Universidade Federal da Bahia (Ufba) votou nesta quarta-feira, 14, pelo fim da greve durante assembleia realizada à tarde no auditório da Faculdade de Arquitetura, localizada na Federação.
A maioria decidiu seguir o indicativo aprovado pelos comandos local e nacional, de saída unificada do movimento. No total, 129 votaram pelo fim da greve, 30 pela continuidade e três se abstiveram.
Nesta quinta, 15, a pró-reitoria da instituição deve preparar a proposta de calendário e apresentar até sexta, 16, ao Conselho Superior de Ensino, Pesquisa e Extensão (Concep). Nos bastidores, a informação é que as aulas retornam na próxima segunda, 19, informação confirmada por uma fonte ouvida por A TARDE.
Reajuste
Após quatro meses parados e com os salários corroídos pela inflação, os docentes – e demais servidores federais – aceitaram reajuste de 10,6%, a serem pagos em duas parcelas: a primeira, de 5,6%, em agosto de 2016; a segunda, de 5%, em janeiro de 2017, ambas já compreendendo perdas inflacionárias no período.
Para o professor de ciência política da Ufba, Joviniano de Carvalho Neto, o ponto positivo da greve foi a sociedade baiana ter tomado conhecimento dos “graves problemas” que a instituição enfrenta. “E esse foi o único. Porque o reajuste salarial foi muito abaixo do esperado. O que certamente permitirá uma luta posterior”, avisou Joviniano.
Com 139 dias, esta foi a greve de maior duração da história da Ufba. De acordo com a assessoria de comunicação da universidade, o semestre letivo 2015.1 não será cancelado e os alunos matriculados terão as cargas horárias das disciplinas garantidas.
Informou também que o semestre 2015.2 ocorrerá normalmente, em período a ser definido, quando o calendário acadêmico for reformulado, com a definição inclusive de um novo período de matrícula.
Iniciada às 14h30, a assembleia que ratificou o fim do movimento, embora lotada de professores, atraiu poucos estudantes. Presente em todos os encontros, o estudante Davi Leão disse que a greve na universidade não fazia mais sentido.
Tempo perdido
“No início, todos foram a favor, mas com o passar do tempo vimos que já não tinha força e não deveria continuar. Agora, como em toda greve na Ufba, quem pagará pelo tempo perdido seremos nós, estudantes”.
*A Tarde