Agência Brasil – Sempre que deixava o histórico Edifício A Noite, onde então funcionava a Rádio Nacional, Cauby Peixoto era cercado por fãs, que puxavam suas roupas e acessórios, tentando conseguir alguma lembrança do ídolo. O apresentador da rádio, Gerdau dos Santos, se lembra bem do frisson que o cantor causava e afirma que além de contar com um talento natural, Cauby se esmerava para sempre fazer a melhor performance.
Apesar de ter gravado seu primeiro disco, em 1951, foi ao se tornar cantor da Rádio Nacional, que sua fama se espalhou por todo o país, alcançando o ápice após o lançamento da música Conceição, em 1956. Gerdau lembra ainda do período em que se passou por Cauby Peixoto. A Rádio Nacional recebia inúmeras cartas com pedidos de fotos e autógrafos e enviava uma gravação de Cauby com resposta contendo uma canção e um recado para as fãs, mas esse não era gravado pelo cantor.
Sessenta anos de carreira depois, Cauby ainda colecionava fãs dedicadas e ainda cantava. Para o pesquisador da música popular brasileira Ricardo Cravo Albin, nesse domingo (15) morreu a última cigarra do nosso cancioneiro popular.
Após iniciar uma turnê ao lado da cantora Ângela Maria para comemorar a longa carreira de ambos, Cauby participou no início deste mês do programa Sem Censura da TV Brasil capitaneado pela jornalista Leda Nagle. Ao longo de uma hora falou pouco, mas não deixou de dar uma palhinha do seu maior sucesso.
Aos 85 anos, Cauby Peixoto morreu na noite desse domingo (15), no hospital Sancta Maggiore, em São Paulo. Ele estava internado há seis dias para tratar de uma pneumonia. O corpo do canto foi velado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo e depois levado ao cemitério Congonhas, que fica no Jardim Marajoara.