A cerimônia de Celebração da Tocha Olímpica ofereceu ao público uma série de atrações artísticas locais, a cargo da Prefeitura e dos patrocinadores dos Jogos Olímpicos. E, durante todo desenrolar do evento, houve uma permanente homenagem ao cineasta conquistense Glauber Rocha (1939-1981), um dos precursores do Cinema Novo, conhecido mundialmente por encarar o cinema como uma ferramenta revolucionária.
Imagens de filmes dirigidos por Glauber, assim como trechos de entrevistas suas eram projetados numa das paredes do planetário por meio da técnica de videomapping. Nesse tipo de intervenção multimídia, os artistas visuais mapeiam uma superfície para, depois, projetar nela uma série de imagens previamente selecionadas. A forma como as imagens se alternam, durante a exibição, é coordenada pelo artista.
“Não é um vídeo estático”, explica o artista visual Vinícius Purki, criador da intervenção ao lado do cineasta George Varanese. “Nós criamos a narrativa de acordo com o que sentimos no ambiente”, complementa.
Unidade artística – Exatamente por isso, o que aparecia na tela parecia se integrar ao que acontecia no Centro Glauber Rocha. Enquanto o grupo Baticum do programa municipal Conquista Criança se apresentava no palco, por exemplo, a projeção mostrava imagens de Glauber Rocha dançando e festejando ao lado de cinegrafistas e pessoas comuns – era como se o som produzido pelos jovens artistas conquistenses fosse a trilha sonora que embalava a comemoração do cineasta.
O espetáculo ao vivo, no palco, e o conteúdo visual, na projeção de videomapping, conferiram à cerimônia da chama olímpica no Centro Glauber Rocha uma certa unidade. As imagens do cineasta e de seus filmes (“Terra em transe”, “Deus e o diabo na terra do sol”, entre outros) se integravam às das apresentações no palco. “A unidade é o próprio Glauber. O que ele diz é reiterado em cada filme. Quem quiser entender, não será por meio das imagens. Para isso, é preciso assistir ao Glauber”, observou Purki.
‘Tolerância e solidariedade’ – De qualquer maneira, o objetivo da cerimônia almejou expressar o que se espera dos Jogos Olímpicos, como explicou o prefeito Guilherme Menezes: “Antes de tudo, é contra o ódio e a intolerância entre as pessoas. Este evento traz uma mensagem importante de solidariedade entre os povos, principalmente num momento como este, para o Brasil e, particularmente, para Vitória da Conquista”.
