O vídeo “acidental”, da reunião entre o prefeito Herzem Gusmão Pereira, seus secretários e o movimento Pró-Conquistas, é revelador.
O Blitz fez uma leitura gestual de alguns quadros do vídeo, com auxílio de um profissional, e chegou a conclusão que Pereira demonstrava constrangimento no instante que a empresária e presidente da CDL, Sheilla Andrade, falava sobre a situação dos hippies na Praça 9 de Novembro. No início do diálogo a dirigente da CDL reclamou que a mídia está usando o nome de sua mãe, a vice-prefeita, Irma Lemos.
“Eles estão usando na mídia o nome de minha mãe. Dizendo, ah, porque eu sou presidente da CDL e Irma é vice prefeita. Não é? Então fica assim, o tempo todo, usando esse paralelo. Ora nenhuma Irma falou nada, porque não é da secretaria dela. Não é?”
Em seguida, a empresária afirma que Irma não optou na decisão de retirada dos hippies e que o assunto foi tratado com o Secretário Esmeraldino Corrêa.
“Porque é uma coisa que a gente fez cá, com os serviços públicos. Foi com Esmeraldino.”
Ela defende a tomada de posicionamento e sugere que a resposta seja dada com o início imediato da reforma da Praça, como justificativa.
“Eles estão lá. Disseram que vão resistir, como estão resistindo. E o quê que a gente pode fazer agora com isso? Eu acredito que uma forma que nós temos pra dar uma resposta pra eles é começar imediatamente a reforma da praça”.
“Viu Zé? Aí agora… se agente começar logo a reforma da praça, tem uma justificativa”.
Observando as expressões corporais dos integrantes da reunião, pode-se interpretar que Sheilla está firme, fala energicamente, segura de sua opinião e sabe muito bem o que quer.
Os demais agem de forma contrária. Pereira demonstra desconforto.
A sua mão, próxima a boca, sugere que ele gostaria de falar, mas preferiu não opinar. Quase todos desviam a atenção, mostram desinteresse e se dispersam facilmente.
Fato é que o uso de um documento, considerado sem validade por juristas, o qual afirma que a retirada dos hippies foi uma determinação do Ministério Público (que não tem essa prerrogativa de determinação), somando-se a divulgação do vídeo, trouxe a tona a falta de critérios e decisões que sejam baseadas na legalidade.
Como não há legitimidade na ação de desocupar a 9 de Novembro, os hippies ficarão por lá.
Os fatos em questão acendem a luz vermelha e deixam alerta a população mongoió.
Ao analisar o vídeo, considerando a interpretação subjetiva, há sugestão de uma conduta de submissão do prefeito, pelo menos momentânea. Condição que contradiz ao do Pereira do microfone, tão conhecido dos conquistenses, que esbanja eloquência, ímpeto e liderança. Aquele que ataca a quem o questiona ou discorda dos seus posicionamentos e que resolve os problemas “numa canetada”.
O vídeo desperta uma interrogação: quem está, realmente, no controle da cidade?