Cotidiano

Âncora da Record Bahia desbanca Globo e tem maior ibope da rede no país

Nem novelas bíblicas, nem programas de auditório, nem blockbusters. A maior audiência da Record em todo o Brasil está ocorrendo em Salvador, e no horário vespertino: trata-se do “Balanço Geral” apresentador por José Eduardo, o popular Bocão.

Segundo dados consolidados da Kantar Ibope, o programa em versão baiana fechou abril com 16,6 pontos contra 14,3 da Globo (em Salvador cada ponto de ibope equivale a 14 mil domicílios).

Esse foi não só a maior média da história do “Balanço Geral” na Bahia, mas a maior de todas edições pelo país. Pela primeira vez um programa fica três horas consecutivas em primeiro lugar, deixando a Globo em segundo.

O que chama a atenção é que o “Balanço” na Bahia não tem o quadro “Hora da Venenosa”, responsável pelos picos de audiência em São Paulo e em boa parte das outras praças.

Bocão pega o horário com 3 pontos. Cerca de 40 minutos já começa a encostar a programação da Globo: depois vence o “Globo Esporte”, o “Jornal Hoje” e, por fim, o “Vídeo Show”. Venceu todos esses em abril.

Na semana passada a média do “Balanço BA” subiu para 19,4 pontos, contra 13,6 pontos da Globo.

Está perto de 40% de share. Ou seja, quase 4 em cada  10 TVs ligadas na Grande Salvador sintonizadas.

Em São Paulo, antes do corte do sinal da Record nas operadoras de TV paga, o “Balanço Geral”, com Reinaldo Gottino, incomodou bastante a Globo, que chegou a mudar o “Vídeo Show”.

MUDANÇA DE ROTA

A trajetória de José Eduardo na Record é antiga e teve solavancos. Antes, admite, era um apresentador sensacionalista, que abusava do uso da violência. Ele confessa que não gosta de lembrar que foi citado em campanha contra a baixaria na TV.

“Eu estava cansado, o público estava cansado, porque a exibição de violência, acho, é algo que não tem muito futuro na TV aberta, não”, disse à coluna.

Hoje o “Balanço Geral” tem cerca de 50% de seu conteúdo voltado para cobrança de serviços públicos, como segurança, saneamento e também há matérias assistencialistas.

Ainda há polícia, mas bem menos, segundo ele.

“Como profissional precisei tomar uma decisão que pra mim foi clara: pra quem quer ser comunicador não adianta ter uma audiência de 30 pontos se for com esse tipo de conteúdo (violento). Eu tinha de mudar”, diz o jornalista de 47 anos.

*Ricardo Feltrin – Colunista do UOL

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