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No fio da navalha: dificuldades para pagar a coleta de lixo expõe crise financeira da Prefeitura

Após aumentar vertiginosamente o gasto com a coleta de lixo, o Município ainda não conseguiu quitar débitos de 2017.  O déficit acumulado passa dos R$ 4 milhões.

Quando sentou na cadeira do executivo, uma das primeiras ações do Prefeito Herzem Gusmão Pereira foi aumentar o valor do contrato com a Torre, empresa que realiza a coleta de resíduos sólidos domiciliares, comercial, público e de feiras livres.

A atitude de Pereira foi uma surpresa, pois tinha contestado ferozmente a licitação do serviço realizada pelo governo petista. Entretanto, a limpeza pública se transformou na principal bandeira do  peemedebista. Não sabia ele que se a gestão dos recursos não fosse comedida, seria sua agonia.

O aumento nos gastos com a coleta de lixo aumentou vertiginosamente, passando de uma média de R$ 900 mil mensais para valores próximos de R$ 1,6 mi.

O incremento no valor gasto com coleta de lixo sobrecarregou os cofres do município, refletindo claramente no orçamento a partir de agosto, período que a gestão de Pereira não conseguiu manter o pagamento religiosamente nos meses subsequentes, passando a atrasar e fracionar os repasses.

Incorporando outros gastos, antes não existentes, a grave crise financeira não teve como ser evitada, refletindo inclusive na dificuldade que o município enfrenta para liquidar o adicional de férias, horas extras e vale alimentação dos servidores.

Em 2015, a Prefeitura pagou, nos 12 meses, R$ 10,2 mi para empresa que realiza a coleta de lixo. Já em 2016, o gasto foi de R$ 11,6 mi.

No primeiro ano da gestão de Pereira, a prefeitura gastou com a Torre aproximadamente R$ 20 mi. No último ano a coleta de lixo onerou quase os montantes dos dois últimos anos juntos.


*Os dados são do site da transparência e fornecidos pela própria administração municipal.

O mais crítico é que a Prefeitura não tem receita – em caixa – para pagar o valor devido sem afetar outros setores.

O último embolso feito a Torre é referente, ainda, a novembro de 2017. Ou seja, a Prefeitura entrou 2018 sem honrar regularmente os débitos da coleta de lixo. Somando os restos a pagar de dezembro de 2017 com o de janeiro de 2018, a prefeitura terá que desembolsar mais de R$ 5 mi.

Com a recessão enfrentada pelo município, provocada pela suposta má gestão administrativa financeira, certamente o executivo não conseguirá equilibrar as contas, até mesmo com a empresa que presta o serviço da coleta de lixo, caso os gastos continuem tão dispendiosos.

A certeza é que para continuar com alto investimento na coleta de lixo, não há como retroceder com os cortes de gastos na Prefeitura.

A leitura é clara e simples: a política, adotada por Herzem Gusmão, de onerar além da conta os cofres públicos com a coleta de lixo (somando a outros gastos com empresas contratadas), penaliza toda engrenagem da gestão municipal, afetando a saúde, a educação, a assistência social e, até mesmo, os sepultamentos nos cemitérios.

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