A polícia civil de Conquista cumpriu mandado de prisão preventiva, expedido pela Justiça e prendeu William Silva Gomes, nome de batismo da transexual Priscila (imagem acima), natural de Caatiba. A prisão ocorreu na manhã desta sexta-feira, na casa do namorado dela, no Bairro Kadija, em Conquista.
As acusações contra Priscilla são de aplicação de silicone industrial em clientes, cafetinagem e aluguel de pontos de prostituição.
Em julho deste ano, Priscilla extraiu a golpes de faca um implante de silicone de seio em Talita que, assim como a agressora, atende clientes nas proximidades de um posto de combustíveis, na Avenida Integração. RELEMBRE O CASO
BOLETIM OFICIAL DA POLÍCIA CIVIL
Na manhã desta sexta-feira, 28/09/18, policiais civis da Delegacia de Homicidios de Vitória da Conquista cumpriram mandado de prisão preventiva decretada em desfavor de PRISCILA CAVALONA pelo fato desta ter tentado assassinar TALITA, em 28/07/18, enquanto a vítima estava prostituindo-se na Avenida Integração, Vitória da Conquista.
PRISCILA utilizou uma faca para tentar ceifar a vida de TALITA, provocando ferimentos graves na vítima, inclusive, uma das próteses de silicone de TALITA foi extirpada do peito e caiu na rua. PRISCILA não conseguiu seu intento porque outro travesti interveio, juntamente com pessoas que passavam no local e também pelo imediato socorro médico à vítima.
TALITA e outros travestis que se prostituem na Avenida Integração afirmam que PRISCILA tentou matar TALITA porque esta não mais aceitava ser extorquida, uma vez que PRISCILA cobra uma taxa semanal para que travestis utilizem parte da Avenida Integração.
Durante as investigações, também constatou-se que PRISCILA CAVALONA injetou SILICONE INDUSTRIAL em vários TRAVESTIS nesta cidade.
Depois que PRISCILA tentou assassinar TALITA, deixou seu antigo endereço, local que aparentava ser um pensionato, no entanto, era utilizado como prostíbulo, sendo localizada na casa do namorado, no Bairro Kadija.
Fonte: Delegacia de Homicídios de Vitória da Conquista.
SOBRE O CASO EM JULHO
Priscila mantém uma clínica clandestina, onde realiza procedimentos de implantes de silicone industrial em transexuais e até em mulheres. Ela mesma fazia auto-aplicação e, por causa das partes avantajadas, se intitulava em sites privês como “a cavala, a boneca mais safada”.
Além da retirada do implante, o que ocasionou grave lesão no local, a vítima também foi ferida no braço ao tentar se defender. As lesões foram profundas e ela perdeu bastante sangue. Atendida pelo SAMU 192, Talita foi encaminhada em estado grave ao Hospital Regional de Base.
As últimas informações dão conta de que ela corre risco de vida.
“Todo mundo sabe que Priscila faz isso (implanta) há anos, mas agora a casa caiu. Deu ruim”, completou a fonte. A polícia foi até um dos locais onde a agressora costumava atender clientes e apreendeu uma faca que, supostamente, pode ser a mesma utilizada no ataque.
A polícia não informou se algum outro objeto ou produto foi apreendido. Após a agressão, ela apanhou alguns pertences e desapareceu, sendo procurada desde então. A reportagem apurou que ela foi para Caatiba e stá em casa de parentes.
Já havia uma denúncia contra ela, formulada no Disep, há mais de um ano, sem avanço nas investigações. O delegado do caso não foi localizado.
Foi apurado, ainda, que o atendimento é feito em um pequeno quarto no Bairro Ibirapuera, mas alguns atendimentos também são feitos em casas de clientes, tanto na zona oeste, quanto nas leste e sul. O preço varia de acordo com o local do procedimento, ficando entre R$500,00 e R$ 2 mil a sessão completa”.
Na internet o produto é vendido livremente, ao custo médio de R$120,00 o volume com 5 litros. Não há restrição à venda, porque o silicone líquido industrial tem fim específico para proteger partes automotivas, como conservar e embelezar capotas de vinil, painéis, consoles, laterais, para-choques, frisos, borrachas e couro em geral.
REPERCUSSÃO NACIONAL
O caso levantou a discussão sobre o perigo de procedimentos estéticos. Na quarta-feira (25), outra pessoa foi presa no Rio de Janeiro por aplicar silicone industrial em pacientes. Patrícia Silva dos Santos, de 47 anos, foi detida em casa e levada para prestar depoimento. Um áudio atribuído a ela e divulgado nas redes sociais registra a mulher defendendo Denis Furtado e afirmando que o importante é “não morrer feia”.
“Paty Bumbum”, como era conhecida, fazia aplicações de silicone industrial, que não é adequado para ser usado no corpo, em um quarto sem estrutura hospitalar. Ela vai responder por prática ilegal da profissão, mas não deve ficar presa.
*Site TV Sudoeste Digital