A crise do transporte público se agrava a cada dia mais e continua sendo o principal tema nos veículos de comunicação e na Câmara Municipal de Vitória da Conquista (CMVC). Na contra-mão de buscar soluções, os membros do Governo Herzem Gusmão (MDB) vem contribuindo para aumentar o clima de tensão entre prefeitura e a única empresa de ônibus que continua operando no município. Durante a sessão ordinária da CMVC desta quarta-feira (8), o líder do governo, o vereador Jorge Bezerra (SD) fez duras acusações contra a Viação Cidade Verde, afirmando que a empresa é inimiga da cidade e o seu diretor é manipulador.
Bezerra chegou afirmar que o diretor da Cidade Verde, Sérgio Hubner, não tem compromisso com a cidade e faz esquemas para prejudicar o governo. “Hoje temos na cidade uma empresa que é inimiga da cidade, chamada Cidade Verde.(…)O diretor, ao invés de ter compromisso, fica fazendo esquema para prejudicar o governo, fazendo vídeo com funcionários, amedrontando os funcionários, dizendo a todo instante que vai embora”, disparou. “Esse cidadão Sérgio é manipulador”, acusou.
O vereador disse também que se empresa e o seu diretor forem embora de Conquista, não irão fazer falta. “Não vai fazer nenhuma falta. Essa empresa é inimiga da cidade sim. Se for embora, virão outras empresas”, frisou.
O posicionamento do líder do Governo reforça que a prefeitura não está disposta a negociações com a Cidade Verde, fato que aumenta a crise do transporte público.
A empresa anunciou recentemente, que deixará de operar todas as linhas do lote 1, assumido de forma emergencial após falência da Viação Vitória. Cerca de 330 funcionários devem ser demitidos. A Cidade Verde alega que a medida será tomada devido aos enormes prejuízos causados pela atuação clandestina das vans. Vale lembrar, que a empresa assumiu de forma emergencial o lote para que a população não ficasse desassistida, sob o acordo que a prefeitura irá fiscalizar o transporte alternativo. O acordo não foi cumprido pelo governo municipal, e atualmente cerca de 600 vans atuam de foram irregular.
Não informações sobre contratos que obriguem a Cidade Verde a continuar operando o lote 1. O acordo entre a empresa e a prefeitura possivelmente foi realizado apenas de forma tácita.
A culpa é da prefeitura – Ontem(7), em entrevista a um blog local, Francisco Grandim, motorista da Cidade Verde, defendeu a empresa. “Uma empresa que investe R$ 4 milhões para trazer 70 ônibus para uma frota emergencial não pode ser chamada de irresponsável”, disse.
O motorista atribui a responsabilidade do problema ao Governo Herzem. “A Cidade Verde encontra-se em um estado crítico devido a política da prefeitura que está implantada na cidade”, afirmou. Ele contou também que atualmente os ônibus tem 53% a menos de passageiros, comparado ao Governo anterior. “Na gestão anterior não estava assim. Sinceramente, eu só posso atribuir a culpa à gestão atual. A gestão não fez e não estão fazendo nada”, completou.