A reunião do Conselho Municipal de Saúde que ocorreu na tarde desta quarta (12), teria como pauta a apresentação, pelo representante do governo municipal, dos dados e modelo de estudo que subsidiou a manutenção da reabertura das atividades econômicas em Vitória da Conquista, apesar de haver crescimento do número de infectados pela covid-19.
Estiveram presentes representantes da Universidade Estadual do Sudoesta da Bahia – UESB, Universidade Federal da Bahia e do Ministério Público Municipal. No entanto, o representante do governo municipal não apareceu. Isso ocorre em um momento crítico, porque a imprensa local tem divulgado as declarações do prefeito contra os membros do Conselho Municipal de Saúde. Em entrevista recente, HGP declarou que o Conselho “é a turma do quanto pior, melhor, servem a partidos políticos”.
Apesar da ausência da representação do executivo municipal, a reunião foi muito proveitosa e esclarecedora devido à contribuição dos representantes das instituições convidadas:
UESB
Foi representada pelo Reitor Luiz Otávio, juntamente com os professores Carlos Bernard e Rafael Fontan, responsáveis pelo acompanhamento e estudo dos números da pandemia nas cidades sedes dos três Campi (Vitória da Conquista, Jequié e Itapetinga).
Segundo os pesquisadores os números seguem a tendência de crescimento, pois o pico ainda não foi alcançado. Quanto ao crescimento acelerado no aumento no número de casos, a causa foi exatamente a flexibilização do comércio. Outro fator que causa expectativa de piora no quadro estatístico é a subnotificação no número de casos.
MPE
A representante do Ministério Público, Dra. Guiomar Miranda se ateve mais a esclarecer a motivação existente para acionar juridicamente o município, com o objetivo de manter o comércio fechado, como medida necessária para conter a disseminação rápida da covid-19.
UFBA
O Prof. Dr. Márcio Galvão Guimarães de Oliveira apresentou dados obtidos com a realização de estudos científicos que demonstram em que condição realmente a pandemia está sendo combatida.
O que se evidencia com mais esse episódio é que não parece haver dedicação ao diálogo diante de situações em que a divergência de opinião dificulta às partes a obtenção do consenso. Diante disso, é possível fazer diversos questionamentos: Por quê o governo HGP não enviou o seu representante? O CMS é realmente partidarista e não age tecnicamente?
O executivo municipal tem o dever de esclarecer, tecnicamente, os motivos das suas decisões ao povo!