Brasil e Mundo Saúde

Brasil não está nem perto da queda de casos de covid

A aceleração de casos de covid-19 no Brasil é como um “foguete subindo a 10 mil quilômetros por hora até a estratosfera”, compara o cientista de dados Isaac Schrarstzhaupt. Este é um dos destaques da matéria publicada pela BBC News – Brasil deste domingo (18).

flexibilização iniciada em alguns estados é “bastante precipitada”, para o cientista. Pois a situação continua crítica, com alta ocupação de leitos hospitalares e índice de mortes muito alto. Ele diz também que “O Brasil não está nem perto de ter queda de casos de covid-19″ e a flexibilização veio “cedo demais e revertendo a desaceleração.” 

Considerando a média diária de 65 mil novos casos e a média de mortos a quase 3000 por dia, “flexibilizar agora vai criar uma explosão muito maior de casos”. “O Brasil só deu uma respirada, encheu pulmão de ar e já vai voltar a mergulhar de novo. Não deixou cair o número de casos para valer.” 

Muitos especialistas brasileiros pedem um “lockdown nacional” por três semanas com medidas mais duras, pois, no confinamento, as pessoas não circulam em ambientes com outras, quebrando as cadeias de transmissão. Muitos países obtiveram sucesso com a medida, cujas consequências foram a contenção do vírus, a redução de hospitalizações e mortes. Isso associado à concessão de auxílio financeiro para quem não pode trabalhar de casa. 

Estabilização em nível muito alto de casos  e a circulação de uma quantidade enorme de pessoas doentes, são fatores que promoverão aumento do número de casos de infecção, hospitalizações e mortes. 

A vacinação, que poderia servir como um escudo, é incipiente. E as consequências podem ser catastróficas para o sistema de saúde. 

Crescimento

O pesquisador faz análise de riscos para empresas, e passou a analisar dados de mobilidade da população e do número de casos de covid-19. Usando a análise de dados de mobilidade anônimos, de quem usa serviços de localização do celular fornecidos pelo Google, ele estuda dinâmica da sociedade (onde as pessoas estão frequentando). Também analisa dados dos índices de notificações diárias de contaminação para analisar a aceleração, ou seja, a velocidade de crescimento do número de infectados. 

A base do estudo é a comparação do nível de contaminação com o deslocamento das pessoas. Pois o número de casos aumenta, à medida que a mobilidade cresce, por exemplo, em decorrência da flexibilização. 

“Estávamos explodindo sem freio. Fizemos restrições em vários Estados e conseguimos desacelerar. Não é queda, é a velocidade de subida que reduziu.” 

 

Nos Estados 

A variação do número de casos nos estados, desde o início do ano, têm demonstrado certa sincronia. Agora, com as flexibilizações, a tendência é a alteração drástica na desaceleração. 

No Amazonasdepois da fase roxa, caiu o número de casos. Mas, quando o Estado passou para a laranja, vê-se que a velocidade de queda está freando. 

A Bahia “Vinha em aceleração, restringiu a mobilidade, desacelerou. Agora já mostra sinais reversão”. 

Por esses motivos ele defende um “lockdown nacional” para cortar pela raiz o mal, associado à concessão de um auxílio financeiro para a população. 

 

Com informações da BBC NEWS BRASIL

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