Estariam trocando os cartões para encobrir o erro.
Divulgação feita pela Folha de São Paulo, com base nos dados contidos no sistema de informações do Ministério da Saúde, revela que mais de dezesseis mil pessoas tiveram vacinas trocadas entre a primeira e segunda doses. A maioria (14791) foi vacinada inicialmente com Oxford/AstraZeneca e recebeu a segunda dose de CoronaVac. Uma parte bem menor (1.735) recebeu a primeira dose de CoronaVac e a segunda Oxford/AstraZenaca. Essas informações foram obtidas, observando apenas o intervalo de 30 dias, logo no início da vacinação. E isso, segundo especialistas, caracteriza-se como um erro básico.
Não há registro, entre especialistas que afirme haver eficácia em casos de administração de vacina de desenvolvedores diferentes, segundo pesquisa da Folha.
Vitoria da Conquista pode não ser exceção. Há indícios que já tenha ocorrido aqui também. Afinal de contas esta é a terceira maior cidade da Bahia. O problema maior não está na administração de doses diferentes. As medidas adotadas a partir do momento em que o erro é detectado é que não podem ser escusas. Assim, em tais circunstâncias, exige-se o uso de procedimentos adequados e transparência.
Uma denúncia chegou ao Blitz Conquista relatando a ocorrência de casos semelhantes. Aplicou-se a primeira dose de CoronaVac e, quando retornaram para tomar a segunda dose, aplicaram uma dose de Oxford/AstraZeneca. E que a providência adotada por alguns técnicos da linha de frente foi de recolher os cartões dos usuários do sistema e fazer a troca, enganando os cidadãos.
Sobre a informação, a reportagem do Blitz Conquista fez contato com a Secretaria de Comunicação da Prefeitura Municipal de Vitória da Conquista no início da manhã desta quinta-feira (22), mas até o final da manhã desta sexta-feira (23), não houve retorno com esclarecimentos sobre a denúncia.
Isso precisa ser investigado pela Secretaria de Saúde e esclarecido para a população. Ao Conselho de Saúde do Município cabe também apuração e uma resposta ao público.