A reportagem do Blitz Conquista publicou nesta sexta-feira (23) uma denúncia de que há casos de indivíduos que teriam recebido a primeira dose da vacina CoronaVac e, quando retornaram para receber a segunda dose, teriam recebido a vacina da Oxford/AstraZeneca.
A Prefeitura, através da Secretaria de Comunicação, emitiu uma nota em resposta ao Blitz Conquista somente no início da noite desta sexta-feira (23), como consta no print anexo da mensagem recebida.
No texto, “A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informa que, embora exista informação dessa ocorrência em outras cidades, em Vitória da Conquista não há registro de caso de um mesmo paciente ter recebido doses de vacinas de fabricantes diferentes.
A SMS esclarece que antes de receber a segunda dose, o paciente apresenta o cartão de vacinação e a equipe de Saúde checa qual a vacina foi aplicada na primeira dose.
Esta é uma orientação que tem sido seguida à risca.”
Entretanto, na denúncia feita ao Blitz Conquista, a informação de que já aconteceu isso é bem precisa. A fonte encaminhou a cópia de uma carteira de vacinação, que segundo ela (a fonte), o erro é evidente.
A reportagem do Blitz Conquista manteve contato diretamente com a pessoa que foi submetida a aplicação de doses de desenvolvedores diferentes. Desta feita, houve uma declaração expressa e direta autorizando o uso das informações obtidas para divulgar ao público.
Ressalta-se que as informações expostas podem ser averiguadas pela própria Secretaria de Saúde, pois as informações sobre a vacinação são registradas cuidadosamente, não apenas no cartão de vacina entregue ao paciente, pois há um sistema de controle. Então, é possível ao referido Órgão rastrear cada caso, se as informações foram registradas corretamente. Isso se dá porque o nome do paciente, o nome do técnico que aplicou a vacina, registro no SUS, data de nascimento, data de aplicação das doses, lote das vacinas, CPF. Tudo fica registrado.
Segundo a fonte do Blitz Conquista, após perceberem o equívoco, o responsável pela vacinação no local foi chamado pela atendente para esclarecer à pessoa qual procedimento tomar. A orientação foi de que a pessoa deveria dirigir-se à unidade de saúde do bairro onde mora para solicitar o registro da ocorrência. Depois de seguir as instruções e realizar o registro com a ajuda da responsável na unidade de saúde do seu bairro, ele não conseguiu uma cópia do documento, pois, segundo a servidora, a máquina fotocopiadora estava sem funcionar.
“Ela fez na minha vista, lá. Me ajudou e tal. Ocorre que a máquina lá não estava funcionando na hora para tirar uma xerox.”
Ainda, segundo a fonte, o próprio responsável pela vacinação no local, teria dito para ele não se preocupar, pois já teriam dezesseis casos em Conquista, e “não teve nada, não.”
Também foi instruído a permanecer em sua residência para ser monitorado, pois, a qualquer momento, ele poderia ser abordado por algum funcionário da saúde para acompanhar a sua evolução, observando se quaisquer sintomas apareceriam.
Cabe aqui esclarecer que o papel do Blitz Conquista é de informar, com o intuito de que o interesse público seja preservado. E não apenas contrapor-se a quem quer que seja, por qualquer motivo, que não seja a verdade.
Ainda que a Secretaria de Saúde do município não tenha detectado casos semelhantes, ou acreditem que não tenha ocorrido ao menos um caso, deve-se investigar, inclusive com a atuação do Conselho Municipal de Saúde e do Legislativo municipal. A lida é com o erário.
Agora existe, pelo menos um motivo para investigar. A denúncia está sendo feita por um veículo de comunicação, talvez porque as vítimas não tenham encontrado outra forma de obter resultados, sentindo-se seguras.