Sujeira, depredação, mato, esgoto e mau cheiro: este é o atual cenário do Parque da Lagoa das Bateias. Após várias reclamações, a reportagem do Blitz Conquista foi ao local verificar as denúncias feitas por populares e constatou os graves problemas existentes.
O único local preservado é o prédio do museu, o qual constantemente é resguardado por prepostos da prefeitura.
Entretanto, o restante da lagoa está com sinais evidentes de descuidado.
Além do lixo que se acumula no matagal e do assoreamento do lago, os moradores e frequentadores do equipamento tem que conviver com o mau cheiro. Tudo por conta do esgoto sanitário lançado na rede pluvial.
Para agravar a situação, há mais de 60 dias moradores reclamam do despejo do esgoto diretamente no lago, por causa de um defeito na estação elevatória da Embasa, empresa responsável pelo recolhimento e tratamento do esgoto, a qual parece não ter sido notificada pelos órgãos competentes.
Uma boca de lobo do lado do bairro Santa Cruz transformou-se em um chafariz fétido, que escorre pela rua e desagua na lagoa. Junto ao local do vazamento mora uma idosa de 80 anos, a qual chegou a ser hospitalizada por conta do mal estar provocado pela imundície.
As lixeiras também estão destruídas, bem como já não existe a placa do portal do parque.
Em uma das galerias da rede pluvial, onde escorre o esgoto, a estrutura de concreto está desagregando e uma forte chuva pode causar estragos maiores.
O belo espelho d’água da lagoa está sumindo, pois está tomado pelas “baronesas”.
Essas plantas aquáticas são consideradas “bioindicadoras de má administração urbana, pois significa haver lançamentos de esgotos sem tratamento nos corpos d’água, consequentemente poluídos, que vêm passando por problemas com sua reprodução fora de controle”. Por conseguinte, a sua grande proliferação pode contribuir na disseminação de doenças associadas à água contaminada, além de favorecer a procriação de mosquitos e caramujos, hospedeiros da esquistossomose.
Em meio ao lixo e ao esgoto da lagoa, não é raro observar pessoas andando no meio do brejo e levando animais para pastar. Porém, um carroceiro conhecido por Rafael conversou com nossa reportagem e relatou que devido a poluição e contaminação do local nem mesmo o capim está prestando para alimentar os cavalos.
Alimento farto tem os urubus. Que vem tomando conta do espaço, cabeceira da pista de pousos e decolagens do aeroporto Pedro Otacílio de Figueiredo.
O aumento da vegetação na lagoa também reflete na segurança, o que favorece o sucateamento do equipamento e afasta os frequentadores. Nas proximidades existem várias bocas de fumo, muitas vezes ocorrem tiroteios e homicídios no local e usuários e traficantes aproveitam da ausência do estado para o comercio e uso de entorpecentes.
Em nota, a prefeitura informou que “o sistema de esgotamento sanitário da cidade está sendo ampliado e que ligações domiciliares ainda estão sendo realizadas pela Embasa. Com essa nova rede de esgoto busca-se sanar essas migrações de esgoto sanitário na rede de água pluvial”.
Leia na íntegra a nota enviada pela Secretaria de Comunicação ao Blitz Conquista
NOTA AO BLITZ CONQUISTA
A Prefeitura de Vitória da Conquista, por meio da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana, informa que o sistema de esgotamento sanitário da cidade está sendo ampliado e que ligações domiciliares ainda estão sendo realizadas pela Embasa. Com essa nova rede de esgoto busca-se sanar essas migrações de esgoto sanitário na rede de água pluvial não só na rede direcionada à Lagoa das Bateias como nas demais redes de água pluvial da cidade, promovendo assim a limpeza total do Rio Verruga e afluentes que cortam a cidade.
Secom
20 de maio de 2014
