Saúde

Danos do Zika em bebês são mais sérios do que o estimado

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2016 Cynthia Goldsmith Caption:This is a transmission electron micrograph (TEM) of Zika virus, which is a member of the family Flaviviridae.  Virus particles are 40 nm in diameter, with an outer envelope, and an inner dense core. Additional Information:“Zika virus is spread to people through mosquito bites. The most common symptoms of Zika virus disease are fever, rash, joint pain, and conjunctivitis (red eyes). The illness is usually mild with symptoms lasting from several days to a week. Severe disease requiring hospitalization is uncommon.”For more information on the Zika virus, follow the link below.

Pesquisadores e médicos baianos confirmaram que os danos do vírus Zika nos bebês é maior do que se sabia e as gestantes podem não ter sintomas da doença. Segundo o artigo publicado em parceria com a Universidade do Texas, o vírus não afeta exclusivamente o Sistema Nervoso Central, hipótese sustentada até então.
A descoberta ocorreu após a morte de um feto, na 32ª semana de gestação, depois que a mãe, de 20 anos, sem identidade revelada, foi encaminhada ao Hospital Regional Roberto Santos, em Salvador.
O feto foi retirado, já sem vida, em 20 de janeiro, cinco semanas depois de ter sido diagnosticado com microcefalia e hidranencefalia, condição rara em que o crânio é preenchido por líquido, causando ausência da maior parte do cérebro.
Além das complicações no sistema nervoso, consideradas graves, outros problemas afetaram o bebê, que apresentou quadro de artrogripose – doença congênita que deforma os membros e as articulações – e hidropisia, que é a presença de líquido em cavidades do corpo, provocando inchaços no bebê.

Um dos responsáveis pelo estudo publicado por uma conceituada revista científica internacional, o diretor do Hospital Regional Roberto Santos, Antônio Raimundo de Almeida, classificou a descoberta como “a ponta do iceberg”.
Outro ponto que chamou a atenção dos pesquisadores foi a ausência de sintomas do vírus Zika na mãe. O artigo científico explica que ela pode ter sido exposta ao vírus, mas não desenvolveu nenhum sintoma, apesar de o feto ter adquirido “complicações graves”, disse Antônio Raimundo de Almeida.
Manoel Sarno foi um dos médicos que acompanhou de perto o caso da mãe e é especialista em medicina fetal. Ele classificou as lesões no bebê morto como “muito graves” e a quantidade de líquido na cabeça além do comum para a hidranencefalia.
O especialista alertou que “o vírus não causa apenas microcefalia, mas causa danos também em outras partes do corpo”, o que chamam de síndrome da zika congênita, termo sugerido para alertar que a malformação não é a única complicação do vírus nos bebês.
A partir da necrópsia feita no bebê, os cientistas encontraram a presença do Zika no líquido amniótico, no líquor – líquido que reveste o cérebro – e na medula espinhal. Já em outras partes, como coração, pulmão, fígado, placenta e no sangue, não encontraram o vírus.
Os especialistas explicaram também que a descoberta pode aumentar o número de casos notificados dos efeitos do Zika nos bebês, registrados apenas como microcefalia. Segundo eles, bebês com zika já apresentaram complicações mais leves, que não foram associadas ao vírus.

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