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“Jesus foi o primeiro a garantir o direito da mulher”, diz pastora Patricia Bezerra,Video ;

Na perspectiva do feminismo radical, movimento que surgiu dentro da segunda onda do feminismo na década de 1960, a a autoridade masculina deve ser eliminada em todos os contextos sociais e econômicos.

Essa ideologia tem levado muitas mulheres a um extremo considerado “natural”, segundo a vereadora Patricia Bezerra (PSDB), que também é pastora na igreja Comunidade da Graça, em São Paulo.

“Toda vez que você sofre uma repressão muito grande, você tem uma tendência natural de ir para um extremo”, disse Patricia em entrevista exclusiva ao Guiame.

“Essa coisa radical do feminismo faz parte desse movimento que vai para o extremo. Normalmente, esse pêndulo vai sendo trazido para a zona de equilíbrio, porque quando você não tem nenhum direito, você tem que gritar pelo direito. Nessa grita você exagera”, explica Patricia, que tem formação em psicologia.

Embora muitos ativistas não saibam, Patricia ressalta que o primeiro garantidor do direito feminino foi Jesus Cristo. Sua afirmação é baseada no trecho bíblico que relata a cura de uma mulher que sofria com um intenso fluxo de sangue há doze anos, relatada em Lucas 8:43-48.

“Naquela época, uma mulher não podia tocar um homem em público. Quando ela toca Jesus em público, ele para tudo e dá voz à mulher, ele está libertando a mulher da opressão que existia naquela sociedade”, analisa a pastora.

Quando Jesus questiona quem o tocou em meio à multidão, a Bíblia relata que a mulher aproximou-se trêmula e assumiu seu ato diante de todos (Lucas 8:47). Patricia explica que nesse momento “ela está com medo de ser julgada, porque quem tocava um homem em público era tida como leviana, prostituta e impura”.

“Cristo está libertando a mulher da opressão de ser mulher numa sociedade paternalista, machista, que condenava, excluía e diminuía a mulher”, afirma a pastora. “Jesus foi nesse momento o primeiro a garantir o direito da mulher, o primeiro feminista da história”.

A questão do aborto

O aborto é um dos temas que mais divide as mulheres na sociedade. Enquanto o marco legal incrimina a interrupção voluntária da gravidez, as feministas alegam que o aborto é um problema de saúde pública.

De acordo com Patricia, muitas pessoas que defendem o aborto não são, de fato, a favor da prática. “Sou completamente contra o aborto. Eu não consigo compreender como alguém em sã consciência seja a favor do aborto, mesmo  que essa pessoa levante a placa ‘pró-aborto'”.

A vereadora aponta que a defesa do aborto, muitas vezes, é uma questão de retórica equivocada. “O que essa pessoa está querendo dizer? Que ela é contra o número exacerbado de meninas que morrem praticando o aborto clandestino. Quem morre praticando o aborto clandestino na nossa sociedade? As meninas da periferia, as pobres que não têm acesso a uma clínica sete estrelas que o pessoal de classe ‘A’ frequenta”, afirma.

“Nós temos que pensar como Igreja numa política de redução de danos, porque é muito fácil usar o discurso contra o aborto quando a menina que está ao meu lado no banco da igreja engravida e eu digo à ela: não aborte”, pontua.

“Só que ela não tem condição de manter o filho. Eu, como corpo de Cristo, vou ajudar ela a manter o filho ou vou só fazer o discurso: não aborte porque é pecado? Eu, como Igreja, tenho que ajudar ela a cuidar dessa criança. Se essa criança vai vir ao mundo, é meu dever como família de Cristo dar todo o suporte. Isso é cristianismo, se não é só discurso”, acrescenta.

*Guiame.com

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