Blog Conquista Gospel

Feliciano pede punição ao Santander em bate-boca na Câmara

Os bate-boca entre deputados é uma constante na Câmara dos Deputados, mas os ânimos se acirraram na noite de terça-feira (12) no plenário. O tema era a exposição de arte com temática LGBT promovida pelo Santander Cultural em Porto Alegre.

Quando o conteúdo da mostra QueerMuseu começou a ser divulgados nas redes sociais, mostrando que havia quadros com imagens de zoofilia e pinturas com a promoção da pedofilia, a reação foi tão negativa que o banco cancelou a exibição.

Contudo, a revolta continuou, uma vez que ficou comprovado que a mostra foi realizada com dinheiro de impostos, através da Lei Rouanet.

O discurso do deputado Jean Wyllys (PSOL/RJ) na noite de ontem baseou-se em um parecer do Ministério Público do Rio Grande do Sul que, após visita ao Santander Cultural, afirmou que não havia pedofilia nas obras.

De pronto, vários deputados cristãos protestaram contra o discurso. O mais incisivo foi Marco Feliciano (PSC/SP) que levou imagens impressas das obras polêmicas para comprovar que há, sim, figuras mostrando sexo com animais e a erotização de crianças, numa analogia à pedofilia.

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ) pediu que essa parte da fala do deputado defensor da causa LGBT fosse “retirada dos anais da Casa”.

O deputado Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ), que lidera uma CPI que investiga o mau uso da Lei Rouanet, foi enfático ao afirmar que “não são obras de arte, são práticas de crime, vilipêndio à fé alheia, a prática mais profana de crime, chamada pedofilia. O Santander deve, sim, desculpas, à população brasileira”.

O embate continuou em argumentações fora dos microfones, pois vários deputados ligados à bancada evangélica exigiam uma retratação, enquanto parlamentares esquerdistas os acusavam de promover o “obscurantismo”.

Imagens:

Assista:

Em nota a clientes, Santander explica encerramento de mostra LGBT em Porto Alegre

Após o cancelamento da exposição “Queermuseu — Cartografias da diferença na arte brasileira”, motivada por protestos de grupos no Santander Cultural, em Porto Alegre, e nas redes sociais da instituição e do banco, o Santander enviou mensagem aos clientes explicando o motivo do encerramento da mostra. O texto reforça a mensagem instituição divulgada neste domingo, lamentando que o conteúdo da exposição tenha sido considerado ofensivo ” por algumas pessoas e grupos”.

No domingo, o curador da exposição, Gaudêncio Fidelis, disse não ter sido procurado antes do anúncio do encerramento antecipado da exposição.

— Não fui consultado pelo Santander sobre o fechamento. Fiquei sabendo pelo Facebook. Logo em seguida, recebi uma rápida ligação da direção do museu, em que fui comunicado da decisão. Perguntaram se eu queria saber a opinião do banco sobre o assunto. Respondi que não precisava, uma vez que a nota divulgada já dizia tudo — disse o curador.

Leia a íntegra a mensagem pelo enviada pelo Santander:

Agradecemos seu contato sobre a exposição Queermuseu – Cartografias da diferença na Arte Brasileira.

Reconhecemos que, além de despertar a polêmica saudável e o debate sobre grandes questões do mundo atual, infelizmente a mostra foi considerada ofensiva por algumas pessoas e grupos.

Nós, do Santander, pedimos sinceras desculpas a todos aqueles que enxergaram o desrespeito a símbolos e crenças na exposição Queermuseu. Isso não faz parte de nossa visão de mundo, nem dos valores que pregamos. Por esse motivo, decidimos encerrar antecipadamente a mostra neste domingo, 10/09.

O Santander Cultural tem como missão incentivar as artes e dar luz ao trabalho de curadores e artistas brasileiros, para gerar reflexão positiva. Se esse objetivo não foi atingido, temos o dever de procurar novas e diferentes abordagens. Seguimos, portanto, comprometidos com a promoção do debate sobre diversidade e inclusão, entre outros grandes temas contemporâneos.

 

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