Fundação de Israel completa 70 anos;
Era a partilha da Palestina: iam ser criados um estado judeu e um outro árabe. E as cidades sagradas de Jerusalém e Belém não pertenceriam a ninguém, seriam áreas internacionais.
As lideranças judaicas aceitaram a proposta e, no dia 14 de maio de 1948, há exatos 70 anos, David Bem-Gurion proclamou a fundação do estado de Israel. Mas os árabes não aceitaram e, logo no dia seguinte, Iraque, Líbano, Egito e Síria invadiram o recém-criado país.
Esse conflito durou dois anos, causou 20 mil mortes e uma migração em massa. Mais de 700 mil palestinos deixaram as casas. O dia em que essa guerra começou é conhecido pelos palestinos até hoje como Nakba, ou o dia da catástrofe.
Israel ampliou seu território. Em 1967, o Egito ameaçou Israel várias vezes. Os israelenses deflagraram um ataque preventivo e teve início a Guerra dos Seis Dias. Nessa guerra, Israel ampliou mais uma vez seu território. Tomou a Faixa de Gaza, a península do Sinai, as colinas de Golã, a nascente do Rio Jordão e a Cisjordânia, assumindo o controle total de Jerusalém.
Israel devolveu o Sinai ao Egito depois de uma negociação que, em 1978, rendeu o Prêmio Nobel da Paz aos líderes dos dois lados.
Em 2005, Israel retirou colonos e as últimas tropas da Faixa de Gaza. No ano seguinte, o Hamas venceu as eleições legislativas palestinas e assumiu o controle da Faixa de Gaza. Israel então impôs um bloqueio ao território, restringindo a entrada de suprimentos.
Na Cisjordânia, controlada pela Autoridade Palestina, os israelenses há 50 anos constroem assentamentos que são considerados ilegais pelas Nações Unidas.
Na ONU, a Palestina tem o status simbólico de “estado observador”, sem direito a voto. São 137 nações, incluindo o Brasil, que consideram a Palestina um país. Mas, na prática os palestinos não têm um governo soberano nem controle sobre as próprias fronteiras e também não têm uma capital, apesar de considerarem Jerusalém a sede de um futuro estado plenamente reconhecido.
Em 1995, o Congresso americano aprovou uma lei reconhecendo Jerusalém como capital indivisível do estado de Israel. Desde então, quatro presidentes americanos, incluindo Donald Trump, adiaram a implementação da lei.
Mas, no fim de 2017, cumprindo uma promessa de campanha, Trump decidiu transferir a embaixada americana de Tel Aviv para Jerusalém. A data da inauguração foi escolhida para coincidir com os 70 anos da fundação do estado de Israel.
Daniel 9.24-27 é uma das passagens proféticas mais importantes da Bíblia. Ela é a chave indispensável para toda a profecia. Muitas vezes ela foi denominada “a espinha dorsal da profecia bíblica” ou o “relógio de ponto de Deus”. Essa profecia nos comunica que Deus determinou exatamente o cronograma para o futuro de Israel.
A moldura para essa profecia é encontrada em Daniel 9.1-23. O profeta vivia na Babilônia, onde o povo judeu se encontrava exilado por quase 70 anos. Daniel descobriu, através das profecias de Jeremias, que o cativeiro do povo duraria 70 anos. Por isso, nessa passagem, ele confessou os pecados do povo judeu e orou pedindo pela sua restauração. Ele sabia que o tempo de cativeiro estava quase no fim (9.1-2) e, assim, intercedeu pelo povo. Enquanto ele ainda orava, Deus reagiu à sua oração, através do anjo Gabriel (9.21). Daniel 9.24-27 mostra a maneira como Deus atendeu à oração de Daniel. Ao responder a essa oração, Deus foi muito além da retirada do povo da Babilônia. Ele vislumbrou o futuro até à sua restauração definitiva sob o reinado do Messias:
“Setenta semanas estão determinadas sobre o teu povo e sobre a tua santa cidade, para fazer cessar a transgressão, para dar fim aos pecados, para expiar a iniquidade, para trazer a justiça eterna, para selar a visão e a profecia e para ungir o Santo dos Santos. 25Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar e para edificar Jerusalém, até ao Ungido, ao Príncipe, sete semanas e sessenta e duas semanas; as praças e as circunvalações se reedificarão, mas em tempos angustiosos. 26Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Ungido e já não estará; e o povo de um príncipe que há de vir destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será num dilúvio, e até ao fim haverá guerra; desolações são determinadas. 27Ele fará firme aliança com muitos, por uma semana; na metade da semana, fará cessar o sacrifício e a oferta de manjares; sobre a asa das abominações virá o assolador, até que a destruição, que está determinada, se derrame sobre ele” (Dn 9.24-27).
Como se pode observar, essa passagem contém muitos detalhes. Para podermos compreender melhor a sua marcante exatidão e o seu significado, vamos dividi-la em 10 tópicos.
Dez pontos para a compreensão das 70 semanas de Daniel
1. Trata-se de semanas-ano
As expressões “semana” ou “pares de sete” se referem a um período de sete anos ou pares de sete anos, cada. Sabemos isso porque o profeta já as considerou como anos em Daniel 9.1-2.
2. O período todo abrange 490 anos
O tempo total coberto é de 490 anos (70 pares de 7 anos, cada, considerando o ano profético de 360 dias).
3. Refere-se ao povo judeu e à cidade de Jerusalém
Os 490 anos estão relacionados ao povo judeu e à cidade de Jerusalém e não à Igreja. O anjo Gabriel disse a Daniel que esse tempo estava determinado “…sobre o teu povo [Israel] e sobre a tua santa cidade [Jerusalém]…” (9.24).
4. A finalidade das 70 semanas
Lemos, em Daniel 9.24, que Deus tinha seis objetivos para esses 490 anos. Os três primeiros se referem ao pecado do homem e os últimos três, à justiça de Deus:
- “para fazer cessar a transgressão”;
- “para dar fim aos pecados”;
- “para expiar a iniquidade”;
- “para trazer a justiça eterna”
- “para selar a visão e a profecia”;
- “para ungir o Santo dos Santos”.
Por ocasião da Sua Primeira Vinda, a morte de Cristo na cruz trouxe o perdão dos pecados, mas Israel somente reconhecerá esse sacrifício quando o Seu povo estiver em contato com a Sua Segunda Vinda e demonstrar arrependimento, ao final das 70 semanas-ano. Os últimos três objetivos relacionados em Daniel 9.24 projetam o olhar sobre o vindouro Reino de Cristo.
5. Quando o relógio começa a funcionar
O relógio profético de Deus, para o período de 70 semanas-ano ou 490 anos, começou a funcionar no dia 5 de março de 444 a.C., quando o rei Artaxerxes, da Pérsia, emitiu a ordem, permitindo que os judeus, liderados por Neemias, retornassem à sua terra para reconstruir a cidade de Jerusalém (Ne 2.1-8).
6. As primeiras 69 semanas-ano ou 483 anos
Do início da contagem regressiva até a Vinda do Messias são 69 semanas-ano (7 + 62), ou 483 anos. Esse tempo exato, constituído de 173.880 dias, abrange o número exato de dias desde 5 de março de 444 a.C. até 30 de março de 33 d.C., no dia em que Jesus teve a Sua entrada triunfal em Jerusalém (Lc 19.28-44). A precisão com que esta profecia foi cumprida é algo inacreditável! Por essa razão, eu a considero a maior profecia de todos os tempos. Ela é uma comprovação esplêndida da inspiração divina da Bíblia.
7. O período intermediário é o da Era da Graça
Até aqui, tudo bem! As primeiras 69 semanas fazem parte da História. No entanto, o que acontece com os últimos 7 anos ou a 70ª semana-ano? Quando Israel rejeitou seu Messias, Deus suspendeu temporariamente o Seu plano para Israel. Assim, há um intervalo de tempo ou uma inserção de duração indeterminada entre a 69ª e a 70ª semana-ano.[1] De acordo com Daniel 9.26, para esse período são profetizados dois acontecimentos especiais:
- O Messias será morto (isso se cumpriu em 3 de abril de 33 d.C.);
- Jerusalém e o Templo serão destruídos (isso se cumpriu em 6 de agosto de 70 d.C.).
Deus deu um “pause” no seu cronômetro profético ao final da 69ª semana-ano. Atualmente vivemos nesse período de tempo não definido claramente entre a 69ª e a 70ª semana-ano, na Era da Igreja. Esse período terminará quando Cristo arrebatar Sua Noiva – a Igreja – ao Céu. Como a Igreja não existia durante as primeiras 69 semanas-ano – de 444 a.C. até 33 d.C. – faz sentido que ela não esteja presente na Terra durante a última semana-ano. As 70 semanas-ano se referem a Israel e não à Igreja.
8. A aliança do Anticristo e os últimos sete anos
Deus vai destravar o Seu cronômetro profético para Israel depois de ter arrebatado a Igreja para o Céu. Então surgirá o Anticristo e firmará uma aliança ou um acordo com Israel (9.27).[2] Isso sucederá na última, ou seja, na 70ª semana-ano cujo cumprimento ainda está em aberto. Sabemos desse fato porque as primeiras 69 semanas-ano foram literalmente cumpridas até o último dia e estes futuros sete anos também se cumprirão literalmente.
O Anticristo fará um “firme” acordo ou, possivelmente, “obrigará” Israel a fazer uma aliança com ele.[3] Dois acontecimentos no mundo atual indicam que a probabilidade de tal acordo se realizar não está muito afastada. Primeiramente, o Estado de Israel foi restabelecido em 1948, o que tornaria possível a realização de uma aliança com ele pela primeira vez em 1.900 anos. Em segundo lugar, o atual e aparentemente interminável “processo de paz” no Oriente Médio também aponta para a possibilidade desse último acordo. O palco está montado para o aparecimento de um grande líder da Europa que possa garantir a segurança de Israel. Como o mundo está cada vez mais dividido em relação às inquietações no Oriente Médio, um anúncio desses poderia facilmente se tornar uma solução inevitável.
G1/chamada.com.br