País era o último a restringir a atividade, mas ativistas ainda lutam pelo fim do sistema de tutela masculina, que faz com que uma mulher dependa da vontade de seu pai, irmão marido ou até filho menor durante toda a vida
A partir desse domingo (24), as mulheres da Arábia Saudita podem, finalmente, dirigir . O país era o último a restringir a atividade, e o fim da proibição foi anunciado em setembro do ano passado pelo rei Salman bin Abdulaziz . A medida faz parte de um amplo de modernização do país, segundo informações da agência de notícias AFP.
Até então, as mulheres na Arábia Saudita precisavam de um motorista particular ou um familiar homem para conseguir se locomover de carro. Desde a década de 90, ativistas dos direitos das mulheres realizavam campanhas para acabar com a proibição, e dezenas de sauditas chegaram a ser presas por dirigir como forma de protestos.
Já nos primeiros minutos deste domingo, era possível ver mulheres ocupando o banco de motorista. Elas também ganharam permissão para guiar caminhões e pilotar motos. A grande parte das mulheres, por outro lado, ainda não tem carteira de motorista.
Apesar de mudanças, sistema de tutela masculina se mantém
Como informam também as agências Télam e EFE, as reformas promovidas pelo rei ocorrem desde a sua chegada ao trono, em 2015. Apesar de algumas mudanças positivas para as mulheres, porém, elas continuam sujeitas a um sistema de tutela masculina no país. Uma mulher deve depender da vontade de seu pai, irmão, marido ou até do filho menor de idade, se necessário, durante toda a sua vida.
O fim da restrição à direção de automóveis por mulheres foi usada pelo príncipe herdeiro Mohamed bin Salman como forma de convencer empresários e líderes de outros países de que o país havia iniciado uma abertura econômica e social. Com isso, ativistas homens e mulheres se rebelaram contra o discurso oficial, denunciando a medida como uma ação midiática. Eles pedem pelo fim do sistema de tutela.
Fonte: Último Segundo – iG