Grande parte da sociedade brasileira vem debatendo a proposta do governo Jair Bolsonaro em flexibilizar as regras para a posse de armas. Ao falar sobre o tema, lideranças evangélicas mostram que a questão não é unanimidade. Nos próximos dias será assinado um decreto que facilitará a posse de armas para moradores de cidades violentas e áreas rurais. Ou seja, as pessoas poderão possuir armas dentro de casa. Ele difere do porte, que é a autorização para uma pessoa habilitada andar armada nas ruas.
O bispo Robson Rodovalho, da Sara Nossa Terra, é favorável à posse de armas, especialmente em áreas rurais, onde considera que as forças de segurança são menos presentes. Contudo, posiciona-se contrário à posse.
“O porte é desnecessário. Creio que o dano causado à sociedade seja maior com todo mundo armado num faroeste. Não queremos bangue-bangue”, opina.
O pastor Silas Malafaia, do ministério Vitória em Cristo, admite que existe há apoio entre fiéis, mas faz a ressalva que pessoalmente é “contra armas e qualquer tipo de armamento”.
Por sua vez, o presidente da Convenção da Assembleia de Deus no Brasil (CADB), Samuel Câmara, declara-se favorável à possibilidade do porte. “O estado precisa se mostrar eficiente no combate aos bandidos. Caso contrário, o homem de bem terá que se habilitar ao porte para legítima defesa.”
Deputados evangélicos
O tema em breve deve passar pelo Congresso Nacional. Um dos projetos mais adiantados sobre isso é o PL 3722/2012, do deputado Peninha Mendonça, do MDB. Para aprová-lo será preciso maioria simples na Câmara dos Deputados e no Senado.
Um dos líderes da Frente Parlamentar Evangélica, deputado Sóstenes Cavalcante (DEM/RJ) defende que “A maioria dos evangélicos não quer ter armas. Defendemos a vida. A gente sabe que isso vai provocar mortes em discussões de trânsito, em bar, assim como uma maior incidência de casos de violência como ocorrem nos Estados Unidos”. Ele também acredita que “a nossa defesa é a Deus e, depois, estão as instituições terrenais de segurança pública. Uma coisa é a posse dentro da casa, outra coisa é o porte”.
O senador eleito, Arolde de Oliveira (PSD/RJ), explica que é favorável à posse, mas tem reservas quando as pessoas andarem armadas pelas ruas. “Se você é a favor da vida, da família, da propriedade, precisa ter condições de autodefesa e a posse é necessária. O porte já é mais complexo. Teria que fazer testes para evitar que o armamento chegue nas mãos de psicopatas e malucos”, destaca.
Outro senador que assume em 1º de fevereiro, Marcos Rogério (DEM/RO) entende que a flexibilização pode contribuir com a melhora da sensação de segurança. “Hoje você proíbe as pessoas de bem de terem armas, mas o bandido está armado. É claro que é preciso de critérios claros e justificáveis para conceder a licença.”
Fonte : Gospel Prime