Sem mencionar estudos técnicos – exigidos pela Justiça há um mês – o presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a defender a retirada de radares de velocidade no país sob o argumento de devolver ao povo brasileiro “o prazer em dirigir”. As declarações foram veiculadas no Programa Silvio Santos, no SBT, na noite deste domingo (5).
Há um mês, a 5ª Vara Cível de Brasília determinou que o governo federal “se abstenha de retirar radares das rodovias” e cobrou estudos que embasem o fim da instalação de novos medidores – intenção manifestada por Bolsonaro diversas vezes nos últimos meses e repetida hoje.
Ao lado de Silvio Santos, Bolsonaro não citou a ordem judicial e afirmou que 8.000 processos para solicitar a instalação de radares em rodovias federais foram negados pelo ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura).
“As rodovias federais que têm radares instalados, quando expirar o prazo do contrato, não vamos renovar. No começo, quando decidimos isso, parte da mídia bateu em mim, disse que iria aumentar o número de acidentes e mortes”.
Ele citou dados de acidentes em rodovias federais no último feriado e disse que houve queda no número de mortes.
“Bem, agora, nesse feriadão da semana Santa, diminuiu em 11% o número acidentes em rodovias e o número de mortes. Se tivesse aumentado, a culpa era minha. Como diminuiu, parte da imprensa não falou nada. E acho que estamos no caminho certo”, disse.
“O radar extrapolou aquela ideia de proteger a vida. Foi caça níquel. E tanto é verdade que logo no início do ano começamos e implementar esse processo”, disse Bolsonaro.
O presidente afirmou que muitos acidentes são causados pelos radares e que eles prejudicam o trânsito.
“[Ter radares] prejudica. Causa mais acidente, até. E se arrecadam por ano bilhões disso no Brasil. É dinheiro que você tira do povo. Quando você tira do caminhoneiro, ele bota no frete isso. Aumenta o produto na prateleira frete”, declarou.
Levantamento do jornal Estado de S.Paulo indicou que, dentre as rodovias paulistas, a que tem mais radares é justamente aquela que registra menos mortes.
*Uol