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Crise à vista: Herzem dificulta relação com a Embasa e defende privatização

Exigências do prefeito podem comprometer investimentos da Embasa em Conquista 

Além da crise generalizada do transporte público e a dificuldade de entrar em acordo com a Viação Cidade Verde, a prefeitura municipal de Vitória da Conquista começa a gerar problemas com outros setores. Nesta terça-feira(21), durante o seu discurso no I Fórum de Economia do Sudoeste da Bahia, o prefeito Herzem Gusmão (MDB) demonstrou que colocará empecilhos para que seja renovado o contrato de concessão Empresa Baiana de Águas e Saneamento (EMBASA).

No final de 2018, Herzem já sinalizava que não tinha a intenção de renovar o contrato com a estatal, e contratou uma a consultoria GO Associados para analisar a Embasa. Hoje, de forma aparentemente aleatória e sem apresentar este estudo, o prefeito afirma que, seguindo orientação da GO, só aceitará renovar o contrato se a Embasa pagar à Conquista o valor de R$ 100 milhões:

“Admitimos até uma possibilidade de renovação com a Embasa, desde ela deposite em conta no Município mais de R$ 100 milhões para continuar operando o sistemas de abastecimento e esgoto em Conquista”, afirmou Herzem.

A intenção do prefeito ao dificultar a renovação do contrato fica evidente no seu discurso. Seguindo a linha política de Bolsonaro e do Ministro da Economia Paulo Guedes, Herzem defende que empresas públicas sejam privatizadas. A avaliação do governo Bolsonaro está em constante declínio (31% dos brasileiros consideram a gestão ruim ou péssima), mas Herzem continua usando o presidente como referência para as suas decisões, e assumiu sua defesa para a privatização da Embasa:

“No momento em que o presidente Bolsonaro, acertadamente está estimulando que essas empresas, autarquias, como a Embasa, deixem de operar e que as cidades tenham independência, vida própria. E eu não digo para municipalizar não, mas que a gente possa privatizar”, frisou.

Comprometendo investimentos

As exigências do prefeito podem comprometer investimentos da Embasa (que tem como acionista majoritário o Governo do Estado da Bahia) em Vitória da Conquista. Apenas com a construção da Barragem do Rio Catolé, já em andamento, a Embasa investirá R$ 130 milhões. Com todos estes empecilhos sendo criados pela administração municipal, talvez o Estado não se empenhe na construção deste empreendimento que irá beneficiar diretamente a população conquistense.

A possibilidade de mais investimentos do Estado da Bahia na área ficará ainda mais escassa caso uma privatização seja concretizada.

 

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