Projeto é um desafio lançado por hospital no Canadá. Equipamento pode ser produzido em larga escala caso seja aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Uma equipe de profissionais, formada por dois engenheiros eletricistas e uma médica, desenvolveu um respirador pulmonar que ajuda no tratamento do coronavírus e custa menos de 10% do valor de um respirador encontrado no mercado atualmente. O grupo é de Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia.
A proposta surgiu a partir de um desafio internacional lançado em março, para que engenheiros pudessem desenvolver esses aparelhos. O projeto concorreu com outros 1.060 pelo mundo e está entre os 65 melhores, mas apenas três finalistas serão selecionados.
“A proposta foi um desafio lançado pelo Hospital Geral de Montreal [Canadá], que consistia em elaborar um projeto de um ventilador pulmonar que fosse de baixo custo, de rápida operação e de fácil manuseio, para atender aos pacientes agravados com a Covid-19 em diversos países do mundo”, disse o engenheiro Saulo Porto.
A equipe tinha menos de 15 dias para construir um ventilador, mas chegou ao seu objetivo em apenas 10. O equipamento custou 400 dólares, ou seja, sai em torno de R$ 2 mil. Ele funciona tanto na tomada quanto por bateria, além de ser portátil.
“O ventilador mecânico é um aparelho que vai suprir a necessidade respiratória do paciente devido à agravação que o vírus promove no pulmão. Então, durante esse período em que o pulmão está comprometido, é o ventilador pulmonar que mantém o paciente respirando”, explicou Saulo.
O equipamento foi todo construído do zero e com material de baixo custo como aço, mangueira e circuitos eletrônicos. Ele foi batizado de “Eolo”, o deus do vento, e funciona com poucos botões, de forma intuitiva. Além disso, o aparelho também possui um sensor de sensibilidade à pressão.
“A sua programação faz com que, quando a pressão e o volume ultrapassarem o limite ajustado pelo fisioterapeuta ou o médico, ele vai alarmar, protegendo o paciente”, contou o engenheiro Djalma Messias.
O projeto pode ser facilmente produzido em larga escala, caso seja aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Enquanto aguardam o resultado, os engenheiros seguem trabalhando na criação de outros projetos que auxiliem no combate ao coronavírus.
“Que até o dia 20 de abril a gente esteja com o resultado final de quais equipes foram selecionadas para encaminhar o projeto a ser implementado para a população”, disse Saulo.
“Muito gratificante, porque a gente promoveu e conseguiu, mesmo com um desafio grande, confeccionar algo que possa realmente impactar positivamente a vida de milhares de pessoas. Tirar essa angústia do médico em ter que decidir qual paciente ele vai ter que escolher, porque, se estiver disponível em larga escala, ele vai poder atender a maior parte da demanda necessária”, completou.
*G1