Não aprovada pela Constituição de 1988, a possibilidade de reeleição dos chefes de Executivo, foi aprovada em 1997. Sua intenção, de forma bastante casuística, foi permitir a candidatura de Fernando Henrique Cardoso à reeleição e fortalecer o PSDB nas eleições presidenciais de 1998. Esta alteração nas regras eleitorais, visando atender circunstâncias momentâneas, passou a influir fortemente nos diversos níveis de governo no Brasil. Com a possibilidade real de continuidade por meio da reeleição, parte dos governantes adotou como principal estratégia de governo a sua própria continuidade pela via eleitoral.
Consequentemente, grande parte dos prefeitos municipais adota como diretriz básica de sua administração a meta de alcançar a vitória em sua própria sucessão. No entanto, o prefeito Herzem Gusmão exagera para alcançar tal objetivo. Desde o seu primeiro dia de governo, subordinou todas as diferentes e complexas obrigações da gestão municipal na tentativa de garantir o seu próprio êxito nas eleições municipais de 2020. O prefeito não acatou a concepção republicana de governar bem e aguardar o reconhecimento popular ou não da sua administração.
A estratégia consistiu em não preocupar-se em governar nos três primeiros anos. Limitou-se a sufocar e reprimir justas reivindicações dos servidores, extrapolou suas inegáveis qualidades de comunicador demagogo e garantiu manchetes e factoides. Nos primeiros anos preocupou-se em negar insistentemente que tinha recebido uma administração organizada, eficiente e limpa, desmentindo descaradamente o levantamento e auditorias comprovadas pelos seus representantes na Comissão de Transição de Governo. Buscou e conseguiu financiamentos que deixarão o município endividado por muito tempo. Toda sua incompetência e erros administrativos bradava ser culpa do governo anterior, esquecendo-se que defendeu os governos petistas, ardorosamente, durante anos. O prefeito não teve vergonha de aproveitar-se do espírito religioso de nosso povo para usar abusadamente do nome de Deus. Procurou manchetes e holofotes ao apoiar golpes políticos, o governo Temer e como representante de Bolsonaro em Conquista. Estreitou suas ligações com os emedebistas Geddel e Lucio Vieira Lima e a quadrilha partidária comandada por Eduardo Cunha. Quando a Justiça enquadrou esses facínoras assobiou de lado e disfarçou dizendo que não tinha nada a ver com o lamaçal.
Qualquer pessoa informada e de bom senso percebe o desastre que a gestão de Herzem tem sido para Vitória da Conquista. Em todos os campos.
Em 2020, ano das eleições municipais, colocou em prática a estratégia final para tentar garantir a continuidade de seu governo e das estranhas pessoas que foi buscar para ocupar os cargos de confiança
Sem saber ou sem condições de resolver os problemas básicos da cidade como saúde, educação, transporte de passageiros, assistência social, a complexidade da zona rural, os reais problemas do mundo urbano, o desenvolvimento sustentável do município e a geração de emprego e renda, a necessária valorização dos servidores e a modernização, eficiência e eficácia da máquina administrativa; está tentando, mais uma vez, enganar o povo conquistense. Apela para a execução de obras de visibilidade e sem escolha de prioridade. Embeleza e reluz a já urbanizada Av. Olivia Flores ao tempo em que ruas e regiões continuam
desprezadas e abandonadas pelas obras e serviços públicos. Aproveitando-se dos milhões, que endividarão Vitória da Conquista, asfaltou alguns bairros, recapeou algumas ruas e iniciou obras sem planejamento que não serão concluídas em sua administração. Ações tão deletérias certamente desarrumarão a estrutura governamental por muito tempo e seus efeitos serão altamente nocivos.
Mesmo tanta maquiagem e leviandade não impediram que o povo conquistense o derrotasse no primeiro turno das eleições, dando a vitória para Zé Raimundo. Mas, a insensatez de Herzem parece não ter limites. Completamente alheio às necessidades da população, do município e do planejamento governamental dirige todas as ações da prefeitura, as obras e serviços exclusivamente para conseguir votos e atender seus objetivos eleitorais. É evidente que as ações atuais do governo baseiam-se exclusivamente nos resultados que saíram das urnas. O funcionalismo por convicção votou em Zé Raimundo, descaradamente, o prefeito anuncia aumento no vale refeição; promete regularizar a situação dos monitores e da guarda municipal. Nos bairros em que foi repudiado pelos eleitores retorna com as promessas dantes nunca cumpridas. Na Zona Rural onde foi fragorosamente derrotado, sem qualquer pudor, refaz promessas que sabe não ter sequer nem tempo para cumprir. Em alguns bairros como o Vila América inicia de forma desordenada a implantação de praças e outras obras de aparência. Repete as promessas não cumpridas de 2016 sem sequer explicar porque não as executou.É desnecessário elencar todos os atos eleitoreiros deste final do desgoverno de Herzem, mas, para o bem da cidade, devemos saber combater o uso com base no mapa eleitoral, que a campanha hersista está dando à maquina governamental. É a sua última cartada.
No entanto, o desprezo que Herzem nutre ao povo conquistense o cega. Não consegue enxergar que Conquista tem uma população consciente e inteligente, que não deixará se enganar por atos eleitoreiros de última hora que tem o objetivo único de garantir a continuidade da administração de Herzem e de um grupo de aventureiros incompetentes que está se aproveitando da administração pública de nossa cidade.
Edwaldo Alves Silva.