Como dar crédito a certos indivíduos e grupos cujo discurso muda completamente em pouquíssimo tempo? Por que tanta ênfase em desqualificar os oponentes em certas ocasiões e depois apoiá-los, tratando estes adversários/companheiros, outrora depreciados na imagem pública, como “deuses” para o povo?
Em Vitória da Conquista já assistimos político indagar se o povo confiava em determinado candidato, e, em seguida, apresentar sua opinião: “…eu não!”. E depois, no segundo turno, subir no palanque daquele que poucos dias antes não merecia seu crédito. Já foi visto por estas terras também candidatos alardeando para todos os cantos que certos adversários cometeram crime, mas poucos dias depois declarar apoio ao “criminoso”, porque se qualifica como patriota. Já ouvimos nos palanques da cidade, em tom ameaçador, por quem dizia amar a Bahia e o Brasil, que “o erro de um dia se paga em quatro anos” (querendo dizer que Conquista sofreria retaliação por 4 anos); e, algum tempo depois, ver o tal político renunciar a um mandato de nível federal para evitar uma cassação, porque havia desrespeitado normas do Poder que representava.
Ver o tipo de política feita por indivíduos de discursos tão voláteis causa a impressão de que o povo está sendo fascinado por encantadores. São como ilusionistas apresentando um espetáculo em que o promotor da maior enganação/truque sai como vencedor. Com esse comportamento, acabam por tirar do povo a esperança: uma das poucas coisas que ainda o sustenta.