Políticos megalomaníacos acham que são iguais ao personagem da estória do menino com dedo de ouro. Ou, parafraseando Guilherme Arantes, pensam que são “musos”, traduzidos em canção assim:
Elae tem
Pura sedução/presunção
Chega e ganha/compra
Todos os sentidos/vendáveis
Sem querer querendo
Ele tem o dom/dá o tom
Um encanto/discurso
Que tanto me desagrada
Sabe bem
Dosar o mel/fel
E pra me adoçar/irritar
É só uma pitada/proposta
De atenção/corrupção
Uma toque/esmola de/na mão
Basta um gesto
E eu esqueço/lembro o resto/e protesto
Tudo o que ela/e toca/fala vira ouro/me dá nojo
Tudo o que ela/e toca/fala vira ouro/me dá nojo
Os maus políticos, em vez de transformar tudo ao seu redor em ouro, desejam usurpar tudo ao redor para transformar em legado seu. Talvez não haja personagem melhor na nossa história que o velho ACM.
Quem não se lembra da frase: “aquele foi o murro do povo baiano”, quando em determinada circunstância envolveu-se em uma discussão calorosa com outro parlamentar, e acabou partindo para a agressão física, golpeando um colega congressista?
E a desenfreada mania de dar o nome do filho Luíz Eduardo a toda obra importante realizada na Bahia, ou mudando o nome de uma cidade para pôr o nome do finado?
E a quantidade de Colégios Estaduais Luíz Eduardo Magalhães em muitas cidades da Bahia?
E o fato de ter espalhado estátua do busto de Luís Eduardo pelos quatro cantos do estado?
E o monumento erguido na Avenida Paralela, em frente ao Centro Administrativo da Bahia – CAB, em homenagem ao filho, com guarda permanente, música clássica ambiente, onde, supostamente, estaria o coração do filho.
Em Vitória da Conquista, a história política teve os seus episódios folclóricos. Alguns, até mesmo bizarros. Mas, ao nível de ACM, que em determinada ocasião, às vésperas de uma eleição para prefeito, teria dito: “o erro de um dia se paga em quatro anos”, ameaçando a população com retaliação por parte do governo estadual. Isso é inadmissível.
Entretanto, parece que há risco de essa moda voltar ao uso na cidade de Conquista.
Isso porque uma vereadora chegou a propor a mudança do nome de um antigo projeto voltado ao atendimento de crianças da periferia para ter o nome de Herzem. O terminal de ônibus será Estação de Transbordo Herzem Gusmão Pereira, e é justa a homenagem. Mas, moderação é sempre bom.
Imaginem o impacto de quem sempre ouviu o aeroporto de Salvador ser chamado de Aeroporto Dois de Julho, e, repentinamente, retornar à capital do estado e ouvir do piloto: em breve, estaremos pousando no Aeroporto Luis Eduardo Magalhães? Isso, “para variar” foi obra de quem?
Se a moda pega!