Para quem ouve as rádios do município, principalmente nos horários de programas jornalísticos que dedicam tempo específico na divulgação das queixas da população, não é surpresa ouvir as reclamações sobre a falta de iluminação pública.
Os reclamantes são de localidades como Cidade Modelo, Vila Elisa e da Zona Rural. Ou seja, são das regiões periféricas. Para as regiões chamadas “nobres”, pouco se houve sobre queixas desse tipo.
Os recursos que tanto foram alardeados no final da gestão anterior, de 10 milhões de reais, para aplicação na iluminação pública da cidade; que resolveriam o problema (não se sabe se no todo, ou em parte), aparentemente, só deu para o começo.
Cabe, neste caso, questionar se o problema não persiste por conta de privilegiar logradouros onde a ação do poder público fica mais evidente. Pois, são nas ruas e avenidas de maior fluxo de veículos que se percebe as melhores condições de luminosidade. Não que seja, necessariamente, um vício agir assim. Afinal é lógico dedicar atenção aos locais com maior movimento. Entretanto, essa lógica não leva em conta quem não tem veículo próprio para se locomover. Exclui o trabalhador da periferia que desce do ponto de ônibus e termina o seu trajeto a pé, no breu, até a sua residência.
E, se a ação foi baseada mais no aspecto estético, em detrimento do valor social da iluminação pública, está um tanto equivocada. Explico: Todos pagam a taxa de iluminação pública. Não importa se o logradouro está em uma região cujo custo do metro quadrado é impensável para a maioria da população, ou nas imediações dos condomínios de programas habitacionais do governo federal. Todos pagam taxa de iluminação pública, quer ela exista ou não.
Outro detalhe importante, é que, via de regra, o investimento dos recursos captados foi feito em vias cujo sistema de iluminação não era tão ruim. Foi dedicado, na sua maior parte, para modernização.
Diz-se por aí que beleza não põe mesa… E, considerando o que foi exposto, também não oferece segurança para quem está na periferia.
