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Não se sente saudade de coisa ruim; nem se pode amar todo mundo na política 

A “tendência, gosto fundado na valorização demasiada do passado” (Oxford Langueges) é coisa de quem aprecia fato, objeto ou pessoas do passado: Saudosismo. 

Dizer que é possível sentir saudade de algo declarado como ruim, desprovido de virtude, é algo completamente descabido, ou trata-se de recurso dialético para menosprezar algo que surpreende porque não tem o valor esperado. Ou, considerando outra hipótese, trata-se de mero desprezo falaciano, provocado por sentimento de desprestígio ou de marginalização: Ironia (do destino) e recalque. 

Então, é possível inferir que fingiu-se não gostar do que acontecia, ou o que se passou era ruim e o que se tem agora é péssimo. De qualquer forma, citar algo sempre declarado como ruim, como parâmetro para desprezar outra que desagrada, quando há um sentimento de que se foi preterido ou desprestigiado, é fato que demonstra pouca capacidade do declarante de avaliar fatos e, no caso específico do que se refere este comentário, de reconhecer as ações de governos anteriores. Caso contrário, trata-se de hipocrisia. 

Também existe nos tempos atuais quem adote o discurso de que está bem com todo mundo, como é o caso do vice-governador da Bahia, quando em certa entrevista a uma rádio da capital baiana, disse que “ama o Netinho”. Fazendo um trocadilho com o nome de ACM Neto, já que, insatisfeito com os desdobramentos da política local, resolveu mudar de time, saindo da base do governo e indo apoiar a chapa de oposição, inclusive como pré-candidato à vaga de senador. Mas, atualmente, nem é mais pré-candidato. 

Na ocasião, um dos radialistas presentes ficou tão incomodado com o nível de desplante, que perguntou a Leão como era possível declarar amor por Neto, já que ele havia declarado amor por Rui Costa em outros tempos. A resposta de Leão foi de que ama a todos, inclusive o próprio entrevistador. Depois disso o radialista deixou o estúdio, no meio da entrevista, ficando no ar somente o entrevistado e o outro entrevistador presente. 

De quando em vez, alguns fazem (figuradamente) o mesmo. Deixam o ambiente onde acontecem certos discursos por não conseguirem tolerar mais tanta prosopopeia flácida para acalentar bovinos, pois acabam por derrubar, com a extremidade do membro inferior, o sustentáculo de uma das unidades de acampamento, porque não suporta mais deglutir batráquio. 

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