Movimento marcou o Dia Nacional da Luta Antimanicomial e contou com a presença de funcionários dos Caps, usuários dos serviços e seus familiares20 de maio de 2022Victória Meira Amaral
Na quinta-feira (18/05), pela manhã na Praça Nove de Novembro, os trabalhadores dos Centros de Atenção Psicossocial (Caps’s) de Vitória da Conquista, estudantes e políticos realizaram um protesto contra o desmonte e sucateamento dos serviços em Vitória da Conquista. A data também foi marcada pelo Dia Nacional da Luta Antimanicomial.
De acordo com panfleto distribuído pelos organizadores no dia do protesto, os serviços de Atenção Psicossocial têm enfrentado diversas dificuldades em relação às condições de trabalho, como falta de insumos, material de trabalho e medicamentos, além de sobrecarga de serviços e horas trabalhadas. Também reclamaram das deficiências estruturais nas sedes onde os serviços são prestados, estaria provocando impactos diretos aos usuários da instituição e seus familiares.
O técnico e estudante de Enfermagem,Filipe Silva, destacou a importância da luta dos trabalhadores para manter a Rede Caps funcionando. “Estamos agora lutando contra o sucateamento das Redes de Atenção Psicossocial para valorização e contratação de mais profissionais, compra de mais materiais e insumos, para que a assistência devida possa ser prestada aos usuários do serviço.”
A vereadora e presidente das comissões de Direitos Humanos e Saúde, Viviane Sampaio (PT), esteve no local e lamentou a situação dos Centros de Atenção Psicossocial de Conquista. “Nós fizemos visita in loco e percebemos que, além da estrutura física estar bem precária e do déficit de profissionais que trabalham diretamente nesse serviço, em algumas unidades, como o CAPS AD, não há telefone e internet funcionando desde agosto do ano passado.”
A enfermeira e professora universitária, Talita Ferraz, destacou os 42 anos da Reforma Psiquiátrica e explicou ainda que os Caps’s são serviços substitutos dos antigos manicômios. “As práticas manicomiais eram cruéis, então no final da década de 1970 os trabalhadores, familiares e pessoas usuárias se uniram numa luta, que a gente chama de Reforma Psiquiátrica, pelo fim dessa violência.”
As reivindicações dos trabalhadores foram entregues à prefeita de Vitória da Conquista, Sheila Lemos, e à Secretaria de Saúde e à coordenação de Saúde Mental, na terça-feira (17/05), por meio de um relatório técnico unificado. Os trabalhadores também pediram a abertura de um diálogo e a urgente resolução dos problemas apresentados.
Em Conquista, a Rede Caps é composta por 1 Caps 2, 1 Caps IA e 1 Caps AD 3. O Caps 2 é indicado para municípios e regiões com população entre 70 mil e 200 mil habitantes, e os Caps tipos IA e AD 3, para cidades com população acima de 150 mil habitantes. Considerando que a população da cidade é maior que 300 mil, segundo o Censo do IBGE de 2020, a quantidade de unidades de atenção psicossocial é insuficiente para atender as demandas locais.
Fonte: Site Avoador