Ação de fiscalização coordenada por auditores do MTE e procuradores do MPT identificou 14 trabalhadores submetidos à jornadas superiores a 12 horas, dormindo sobre papelões e sacos plásticos, sem chuveiros e com banheiros improvisados
Uma força-tarefa do Ministério do Trabalho e Emprego concluiu esta semana uma operação que resgatou 14 trabalhadores em condições análogas à escravidão no Rock in Rio 2024.
A fiscalização começou em agosto, quando Auditores-Fiscais do Trabalho estiveram na Arena de Tênis do Parque Olímpico, no Rio de Janeiro, e encontraram os trabalhadores dormindo precariamente na base da empresa sobre papelões e sacos plásticos, sem chuveiros e com banheiros improvisados.
Os funcionários foram submetidos a jornadas de até 21 horas, com apenas três horas de descanso antes de retomar o serviço.
A empresa terceirizada que contratou, prometeu diárias entre R$ 90 e 150 reais. No entanto, as investigações apontam que os valores não foram integralmente pagos.
A contratante foi multada em 21 autos de infração, e a organizadora do festival foi responsabilizada diretamente pelas violações.
A fiscalização também emitiu guias de Seguro-Desemprego, garantindo que cada trabalhador receba três parcelas de um salário-mínimo.
Denúncias de trabalho escravo podem ser feitas de forma online e anônima pelo Sistema Ipê, no site ipe.sit.trabalho.gov.br, ou pelo Ministério Público do Trabalho.