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6 de agosto: um dia sombrio de crime

Professor Doutor Ruy Medeiros

Há oitenta anos, a cidade japonesa de Hiroshima presenciou o maior crime da humanidade. É impossível, mesmo com todo atual recurso da civilização descrever o ódio cínico, o descaso com a vida, o pensamento atroz de que impunemente pode-se testar os seres humanos matando-os aos milhares. E a dor, a infame dor que atinge aos vitimados e aos próximos. Não há palavras, fotos, filmes que possam descrever o fato e suas consequências imediatas.

Em 6 de agosto de 1945, às 8:15h, Hiroshima foi atacada com uma bomba cujo poder destrutivo era conhecido, mas até então não testado. Um avião das forças armadas dos Estados Unidos da América (do Norte!) lançou sobre a cidade uma bomba atômica. Seguiu-se um imenso clarão, depois ergueu-se uma massa enorme de diferente poeira e fumaça na forma de imenso cogumelo, incêndios, prédios destruídos e mortes. As mortes buscadas pelo fanatismo da Guerra.

Não se sabe exatamente quantos foram mortos e quantos feridos. Seguramente a bomba americana matou mais de cem mil pessoas, feriu mais de cem mil pessoas, transmitiu os males da radiação para mais de uma geração de contaminados. Matinas Suzuki Jr., ao reler a obra e escrever o posfácio da edição brasileira do livro-reportagem de John Hersey, Hiroshima, acrescenta, aos números de mortos e feridos, que a bomba “machucou a alma da humanidade”. Continua machucando.

Foi um crime.

Não houve julgamento. Não houve punição. Houve festa americana diante do horror. Os vencedores comemoraram o êxito. No dia 9 de agosto, quando havia ainda novos mortos, muita dor e choro em todo o Japão, a cidade portuária de Nagasaki foi atingida por outra bomba atômica que matou quarenta mil pessoas, deixou feridas outras tantas e inúmeras contaminadas. Também o segundo crime ficou impune. A alma da humanidade continua machucada do crime. São decorridos 80 anos de premeditado crime.

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