Nesta quinta-feira (6), dentro das comemorações dos 185 anos de emancipação política de Vitória da Conquista, serão realizadas três solenidades de celebração pelo ano do centenário de nascimento do ex-prefeito conquistense José Pedral Sampaio, instituído pela Lei nº 2.957, a ser comemorado em 2025.
O primeiro evento será a entronização do busto do ex-prefeito José Pedral, às 9h, na Avenida J. Pedral, próximo ao Cemae, no trecho de encontro com a Avenida Olívia Flores. Em seguida, às 11h, no Memorial Murilo Mármore, na sede da Prefeitura, ocorrerá o lançamento do selo institucional do centenário do ex-gestor.
A programação será encerrada às 17h, com uma Sessão Solene na Câmara Municipal.

O ex-prefeito José Pedral esteve à frente da cidade por três mandatos ocorridos em 1963 (interrompido pela ditadura militar), 1983-1989 e 1993-1996. Devido a sua formação em engenharia, as obras realizadas em sua gestão tinham um caráter expansivo e inovador, que preparou a estrutura da cidade para os tempos futuros. Entre os projetos de Pedral estão o viaduto do bairro Guarani, inaugurado em 1978, como parte do Anel Viário Central, a Central de Abastecimento (Ceasa) e as feiras cobertas dos bairros Brasil, Patagônia e Alto Maron, além do terminal de ônibus da Lauro de Freitas — hoje Estação Herzem Gusmão.
Pedral também atuou na construção de estradas, na implantação da usina de asfalto, estabelecimento do sistema de abastecimento de água, saneamento básico, construção de escolas, hospitais, e mais um grande número de obras e projetos que estabeleceram Vitória da Conquista como uma das principais cidades do Nordeste brasileiro.
Trajetória, visão e influência
Nascido na casa do avô, o Coronel Gugé — outra grande figura histórica de Vitória da Conquista —, aos sete anos José Pedral foi estudar em Santo Antônio de Jesus, e se formou em engenharia civil na Universidade Federal da Bahia, em Salvador. Retornando a sua cidade natal na década de 1950, entrou na vida pública e disputou as eleições municipais pela primeira vez em 1958. Foi eleito no pleito seguinte, em 1962, pelo Partido Social Democrático (PSD), com apenas 37 anos. A candidatura contou com o apoio de diferentes segmentos da política de Vitória da Conquista, dando início ao movimento que seria conhecido como “pedralismo”.
Devido à formação profissional e aos estudos feitos para mapear as principais necessidades do município em diversas áreas, Pedral se empenhou em iniciativas como o crescimento ordenado da cidade, a modernização do fornecimento de energia elétrica, o reforço no abastecimento de água, construção de estradas, assistência médica, entre muitas outras.
Contudo, a primeira passagem de Pedral como prefeito foi abreviada pelo Golpe Militar de 1964. Em 6 de maio daquele ano, tropas da 6ª Região Militar foram enviadas para Conquista e prenderam, entre outras pessoas, o então prefeito, acusado de supostamente atuar em favor do governo deposto e de organizações de esquerda. Além de deposto, Pedral teve os direitos políticos cassados por 20 anos. Mesmo assim, seguiu atuando nos bastidores da política conquistense, elegendo candidatos e ampliando sua influência, consolidando seu nome como uma liderança fundamental na forma de pensar e administrar Vitória da Conquista.
Habilitado a se candidatar novamente em 1982, José Pedral disputou as eleições municipais, dessa vez pelo então Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), e foi eleito para o seu segundo mandato. Assim, a década de 1980 foi o auge do pedralismo. Em 1987, no final do mandato, Pedral se licenciou do cargo para assumir a Secretaria de Transportes do Estado, a convite do então governador da Bahia, Waldir Pires — o que projetou o pedralismo em nível estadual. No ano de 1992, concorre novamente para o cargo de prefeito, agora pelo Partido Socialista Brasileiro (PSB), conquistando o seu terceiro e último mandato como chefe do Executivo Conquistense.
A última candidatura de José Pedral foi em 2002, disputando o cargo de deputado estadual, mas não foi eleito. Manteve o prestígio e a relevância no cenário político até falecer em 16 de setembro de 2014, aos 89 anos.












