Saúde

Zika: Butantan estuda vacina e soro antivírus, diz secretário de Saúde de SP

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O Instituto Butantan, em São Paulo, está estudando uma vacina e um soro contra o vírus Zika, informou hoje (22) o secretário estadual de saúde de São Paulo, David Uip, após participar de  evento com a presidenta da República, Dilma Rousseff, em que foi assinado um repasse de R$ 100 milhões do Ministério da Saúde para o instituto, para ajudar na fase de testes de uma vacina que está sendo desenvolvida contra a dengue.

2016 Cynthia Goldsmith Caption:This is a transmission electron micrograph (TEM) of Zika virus, which is a member of the family Flaviviridae.  Virus particles are 40 nm in diameter, with an outer envelope, and an inner dense core. Additional Information:“Zika virus is spread to people through mosquito bites. The most common symptoms of Zika virus disease are fever, rash, joint pain, and conjunctivitis (red eyes). The illness is usually mild with symptoms lasting from several days to a week. Severe disease requiring hospitalization is uncommon.”For more information on the Zika virus, follow the link below.
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Cynthia Goldsmith

O secretário disse que dois tipos de vacina contra o vírus Zika estão sendo estudados. O primeiro deles consistiria em transformar a vacina tetravalente contra a dengue (tetravalente porque combate os quatro tipos de vírus da dengue) em uma vacina pentavalente, incluindo o vírus Zika. O segundo seria uma vacina específica ou isolada contra a doença.

“Além disso, o instituto estuda a fase terapêutica do vírus Zika [um tipo de tratamento ou um soro] e também começa a estudar o protocolo de uma droga [ou remédio] que mata o vírus da Zika, semelhante ao que aconteceu ao vírus da Aids”, disse o secretário. Segundo ele, o Butantan já recebeu 29 propostas de colaboração, principalmente de instituições norte-americanas, para estudar maneiras para combater o Zika.

“Existem muitas perguntas sobre como é o comportamento do vírus [Zika]. Não sabemos se uma vacina de vírus atenuado, que é como fizemos para a dengue, vai funcionar da mesma forma para o Zika. Estamos fazendo vários tipos alternativos de vacina. O que sabemos é que com os estudos que temos com a dengue, e dengue sendo muito parecida com zika, achamos que iremos mais rápido nos estudos”, disse Jorge Kalil, diretor do Instituto Butantan.

Vacina contra a dengue

O contrato firmado hoje (22) pelo Ministério da Saúde com o Instituto Butantan prevê investimentos iniciais de R$ 100 milhões para financiar a terceira e última fase de testes clínicos da vacina contra a dengue em voluntários de todo o país. Esta última etapa da pesquisa, que teve início hoje em São Paulo, servirá para comprovar a eficácia da vacina.

“A fase 2 envolveu 300 voluntários aqui de São Paulo e mostrou uma efetividade superior a 80%, ou seja, ela conferiu proteção, através de anticorpos, contra os quatro sorotipos [da dengue] acima de 80%, o que se mostrou segura. A fase 3 é a mesma coisa que a fase 2, só que estendida, com 17 mil voluntários de 14 centros do país”, explicou Uip.

Segundo o secretário, ainda não é possível estimar quando a vacina contra a dengue já estará disponível para toda a população do país. Mas, de acordo com o diretor do Instituto Butantan, Jorge Kalil, a vacina poderá estar disponível a partir de 2018: “Não sabemos o resultado. Mas é possível que daqui a seis meses ou um ano já tenhamos, tendo em vista o grande número de casos de dengue que se tem atualmente no Brasil e se tivermos um grande número de voluntários, que se prove [a eficácia da vacina]. Se isso acontecer, podemos registrar a vacina e produzi-la”. Kalil disse que o instituto já deu início à construção de uma unidade [uma planta] de vacina onde será “possível produzir doses suficientes para começar o programa de vacinação no país”.

“A população exposta aos quatro sorotipos de dengue no mundo está entre 2 bilhões e 3 bilhões de pessoas. Existem hoje, em estado endêmico no mundo, 113 países. Se o Butantan tiver o sucesso [com a vacina] que nós esperamos, o Brasil tem um compromisso com o mundo de produzir inicialmente 750 milhões de doses de vacinas, sem entrar no mérito da população que ainda vai nascer e vai ficar exposta. Esse é um compromisso mundial extremamente importante”, disse o secretário.

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