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Desproporcional, desnecessário e desleal: em carta, Nagib revela o lado “camaleão” de Dudé

Após pronunciamento de Dudé criticando ferozmente a gestão anterior, a qual ele defendia a qualquer custo, inclusive atacando o atual prefeito, que hoje ele é o líder na Câmara Municipal, Nagib Rompe o silêncio, cobra lealdade e expõe o lado “camaleão” do parlamentar.

Leia a carta na íntegra.
Por Nagib Barroso – Na quarta-feira passada acompanhava a transmissão da sessão da Câmara Municipal, quando fui surpreendido pelo discurso do líder do governo, Luis Carlos Dudé. O nobre vereador falava inflamado sobre o risco de o gramado do Lomantão não ser recuperado em tempo de o Vitória da Conquista poder jogar em casa nas próximas competições oficiais: “não vamos repetir o erro do governo passado, que mandou o Vitória da Conquista jogar em Ilhéus.”

Pouco mais de um ano atrás, no extinto programa Conquista Meio Dia, o radialista Luis Carlos Dudé, defendia fervorosamente o governo passado, defendia a decisão de fechar o estádio para uma ampla reforma e, na polêmica se as obras seriam concluídas a tempo, este ex-secretário de Cultura, Esporte e Lazer tinha na voz de Dudé o seu principal defensor na imprensa. O então radialista tinha intimidade com o assunto, com o governo liderado pelo ex-prefeito Guilherme Menezes e pleno acesso às informações sobre a revitalização do Lomantão, que não se restringiu ao gramado,existia uma grande demanda reprimida e todos desportistas esperavam isso; drenagem do campo e das águas fluviais,irrigação automática asfaltamento na área de estacionamento que hoje várias equipes e academias utilizam para atividades além de um espaço novo para eventos,semáforos,paisagismo,aproximação em quinze metros o campo com a arquibancada,vestiário,pintura geral…
A que erro o exaltado vereador, líder do atual prefeito, se refere? À decisão de contratar por licitação (repito: por L I C I T A Ç Ã O), respeitando regra elementar da administração pública, uma das mais conceituadas empresas do país, responsável pela qualidade de várias das arenas da Copa de 2014? Apesar de as obras civis terem sido executadas no tempo, a grama não evoluiu satisfatoriamente e em tempo para o Vitória da Conquista contar com o Lomantão. É fato.
A decisão de investir pouco mais de R$ 1 milhão na revitalização do nosso estádio foi a melhor maneira de reconhecer e valorizar o trabalho da equipe liderada pelo desportista Ederlane Amorim. O que nos cabia fazer, na condição de poder público, era oferecer um equipamento em condições de receber dignamente os jogos do time que nos representa no futebol profissional.
Assim como é fato que o Esporte Clube Primeiros Passos sofreu por não contar com o Lomantão naquele período, é fato que Vitória da Conquista passou a ter o terceiro melhor estádio da Bahia e o melhor do interior, reconhecido e elogiado pela imprensa local,estadual e nacional.
Foi nesta condição que o governo atual, caninamente defendido pelo vereador Dudé, recebeu o Estádio Municipal Lomanto Junior, em primeiro de janeiro de 2017. Conservá-lo nesta condição era só questão de manter as rotinas de trato do gramado, usando o aparador de grama comprado POR LICITAÇÃO pelo governo passado e o aprendizado que se acumulou durante a reforma, com o trabalho de excelência desenvolvido pela mesma empresa chamada para acudir os atuais gestores do estádio e da cidade, depois de um fungo devorar a grama e o dinheiro público ali investido.
Aqui encerro minhas declarações como ex-secretário do governo liderado pelo ex-prefeito Guilherme Menezes, com quem tive a honra de trabalhar e aprender como deve se portar um gestor público. E nem vou falar na revitalização do Estádio Edvaldo Flores, nas quadras construídas, nos campos com alambrado, Mines Ginásios com arquibancadas, vestiários, Praça CEU,Campo do Estenio, quadra de Inhobim…Em outras ações de apoio ao esporte amador e profissional. Em respeito aos servidores municipais com quem dividi o sofrimento daqueles meses de pressão na luta contra o tempo para concluir o gramado, e também o reconhecimento pelo trabalho bem feito, era preciso reafirmar o completo acerto da gestão passada em correr contra o tempo respeitando os limites da Lei 8.666.

Mas no meu peito bate um coração inteiro, que não se divide entre o artista com mais de 30 anos de batalha, o político e o ex-gestor da área esportiva e cultural. Falo agora como amigo de Dudé, com quem convivo há décadas e com quem já compartilhei muita coisa nesta vida, inclusive o grau de intimidade é tanto que ele me cumprimenta, pelo meu apelido de infância “Binha”.
Aprendi a separar as coisas e nunca permiti que a política contaminasse minhas amizades. Cargos de confiança na administração pública duram até a publicação de uma exoneração no Diário Oficial. Mandatos têm data marcada para acabar. Amizades têm prazo indeterminado…
Não julgo o hoje vereador Luis Carlos Dudé pela mudança radical de posição política e de opiniões sobre pessoas, partidos e governos. Isso é da política, e cada um tem o livre arbítrio para fazer suas escolhas esperando a colheita futura das sementes deixadas na caminhada.

Agora será que num futuro próximo não fará o mesmo com a atual gestão? A vida me ensinou o valor da amizade cultivada acima de tudo com lealdade. Enquanto estive no cargo de secretário, o radialista Dudé sempre contou com a minha lealdade e apoio. Eu não esperava que agora, como mais um pai de família que batalha hoje pelo pão de amanhã, pudesse ser alvo de um amigo que, circunstancialmente, está no poder. Desproporcional, desnecessário e desleal.
Cabe ao nobre líder do governo, em vez de jogar pedra no telhado onde se abrigou por tanto tempo e foi um defensor ferrenho, apurar em que condições um ser microscópico se multiplicou a ponto de devorar o gramado de R$ 1 milhão de reais do povo conquistense.

Para defender qualquer governo a arma deve ser sempre a verdade.

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