Cotidiano

Bandeirante foi tão forte que fez Toyota nascer no Brasil e durou 43 anos

Uol – Utilitário “ogro” trouxe Toyota ao Brasil em 1958 e foi único nacional até chegada do Corolla brasileiro, em 1998

Pense no início da industrialização automotiva do Brasil, ocorrido no fim da década de 1950. Os nomes mais óbvios são Romi-Isetta, DKW, Volkswagen, Chevrolet e Ford. Mas a lista não está completa sem a Toyota, cuja estreia no país ocorreu da mesma maneira que quase todas as demais: um representante abre as portas importando os veículos desmontados e, pouco tempo depois, a própria marca assume a operação. Par de anos depois, a montagem dá lugar à manufatura. O veículo principal? O Bandeirante — mas vamos contar essa história direitinho.

Ator imprescindível nesse cenário foi o Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), órgão responsável pelos estímulos à produção local criado em 16 de maio de 1956 pelo então presidente Juscelino Kubitschek. Grosso modo, foi o “Inovar-Auto” daqueles tempos. “Sua missão era estimular em um prazo de cinco anos a produção local de veículos com alto índice de nacionalização. Na época, a indústria automobilística empregava 9,8 mil pessoas, produzia 30,5 mil veículos no Brasil, comercializava quase 31 mil e não exportava nenhum deles”, conta a Anfavea, a associação dos fabricantes.

No caso da fabricante japonesa, a história começa com a Sociedade Comercial Arpagral Ltda., que no início dos anos 1950 trazia chassis de veículos comerciais da Toyota (que davam origem a caminhões e ônibus) e também o utilitário Land  Cruiser  FJ-25. Até que no dia 23 de janeiro de 1958 a marca se instala oficialmente no Brasil, com um escritório aberto no bairro paulistano do Ipiranga. Muito depois, por exemplo, do que Ford (1919) e Chevrolet (1923), pioneiras.

A Arpagral sai de cena e a Toyota passa a montar o Land  Cruiser pelo processo CKD (Complete Knock-Down, pelo qual importa todas as peças e apenas monta por aqui), ainda em São Paulo. Somente em 1962 transfere suas operações para São Bernardo do Campo, então um canteiro de obras gigantesco — a Scania inaugura sua unidade por lá no mesmo ano e ambas se juntam a Mercedes-Benz e Volkswagen.

Daí foi só jogar “Land  Cruiser” no Google Tradutor da época e rebatizar o utilitário como… Bandeirante.

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