O Blitz Conquista teve acesso ao exame que comprova que fetos se movimentavam e apresentavam atividade cardíaca quando a gestante deu entrada na unidade.
Embrulhados em lençóis lilás e panos brancos, com peso médio de 2.075 gramas, os gêmeos do sexo masculino que nasceram mortos no hospital Esaú Matos, no último domingo (06), aguardavam serem retirados do necrotério do hospital, ainda nessa terça-feira (08).
A mãe gestante de gêmeos, Marizete Teixeira Santos, deu entrada no Esaú Matos na quarta-feira (02). Naquele dia, Marizete foi submetida a ultrassonografia obstétrica e o laudo confirmou que os fetos se movimentavam e tinham atividade cardíaca apresentando ritmo e frequência normal. Entretanto, o médico havia concluído que o líquido que envolvia os fetos estava com volume reduzido, como pode ser visto no laudo do exame que o BConquista teve acesso.
Mesmo sentido dores de parto, a gestante foi obrigada a aguardar até o domingo, quando foi diagnosticada anormalidade nos fetos. Minutos depois, às 12h15, nasceu o primeiro gemelar morto; o segundo, às 12h47.
A gestação de 34 semanas foi encerrada drasticamente, dando início a nova batalha que iria enfrentar os pais dos bebes mortos. Eles recorreram a imprensa, alegando omissão da equipe médica. Na polícia, após dificuldades, eles conseguiram registrar o boletim de ocorrência, sem a certeza que os bebes seriam submetidos a autopsia para que fossem esclarecidos os motivos da morte, se realmente houve erro médico, como afirmam. As informações eram de que o médico legista poderia recusar a realizar o exame, alegando que os gêmeos teriam morrido em decorrência de “morte natural”.
O BConquista buscou informações junto a Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Conquista. Em nota, a Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista (FSVC), responsável por administrar o Hospital Municipal Esaú Matos, lamentou o ocorrido e informou que estava averiguando os fatos e tomaria as providências cabíveis. Na mesma nota a Fundação de Saúde ressaltou que estava prestando todo acompanhamento social e psicológico à família.
Com a grande repercussão do caso, o diretor foi a alguns meios de comunicação dar a versão da Fundação para a trágica morte dos fetos.