Objetivo inicial é de fortalecer as ações de atenção e vigilância para doença de Chagas e hanseníase em algumas localidades do município de Anagé, com foco inicial na abordagem domiciliar para captura do barbeiro.
As atividades de campo do projeto “Integração de Ações de Vigilância, Prevenção e Controle de Doenças Tropicais Negligenciadas: Perspectivas Epidemiológicas e Operacionais para hanseníase e doença de chagas no Sus no Sudoeste Do Estado Da Bahia” (IntegraDTNs-BA) iniciaram no dia 11 de março de 2019 com a visita dos pesquisadores e de profissionais do NRS a um dos campos de pesquisa do projeto no município de Anagé.
Durante a visita, que segue até dia 21 de março, os pesquisadores estão acompanhando a vigilância do barbeiro (inseto transmissor da Doença de Chegas) que está sendo realizada pela Secretaria de Saúde de Anagé sob a supervisão do Núcleo Regional de Saúde da Secretaria Estadual de Saúde do Estado da Bahia (Sesab). O objetivo da atividade é vigilância ativa da doença de Chagas com a coleta do barbeiro para exames laboratoriais que podem confirmar ou não a presença do Trypanosoma cruz (agente causador da doença de Chagas).
“Nós recebemos algumas amostra dos barbeiros do município de Anagé e após exames no laboratório nós percebemos que muitos estavam positivos para o Trypanosoma cruz, então diante desta demanda, nós resolvemos fazer uma pesquisa mais de perto e estamos percebendo que existe verdadeiramente uma determinada quantidade de vetores. Estamos fazendo visita a casas de algumas localidades para termos uma amostragem para o eventual plano de contingência a fim de contermos a disseminação do vetor e do parasita” informou o responsável pela ação do NRS, o biólogo Everaldo Gomes.
A vigilância do vetor foi observada de perto pelos pesquisadores que atuaram em parceria para as ações de combate à doença de Chagas na zona rural do município. Ao chegar em cada domicilio, com a autorização do morador, a equipe faz uma varredura em todos os cômodos da casa, levantando e arrastando móveis, olhando frestas de janelas e portas, colchões, sofás, tudo que pode vir a ser esconderijo para o inseto. No quintal, é observado principalmente locais em que os animais ficam escondidos, chiqueiros, galinheiros, canis, currais e também depósitos de materiais como telhas e madeira.
“Uma visita numa casa para coleta de barbeiro, dura entre 40 min a 60 min, tempo suficiente para olharmos todos os detalhes e conversar com os moradores sobre a prevenção. Quando encontramos um barbeiro, nós coletamos ele vivo e encaminhamos para exames de laboratório”, explicou o agentes de endemias de Anagé Rildo Pereira Costa.
Enquanto os agentes faziam a vistoria dos imóveis, os pesquisadores aproveitaram para aplicar questionário com os moradores. “Esta é uma pesquisa que será feita nos cinco municípios que estão fazendo parte do projeto, Anagé, Barra do choça, Encruzilhada, Tremedal e Vitória da Conquista. Um dos nossos objetivos é caracterizar famílias com presença de casos de hanseníase e/ou com doença de Chagas quanto aspectos sociais, institucionais e ambientais. Neste sentindo, além da aplicação de questionário, serão realizados exames de sangue e exame clínico, que possibilitarão a realização de testes diagnóstico de doença de Chagas e a descoberta de casos novos de hanseníase”, explicou a coordenadora do estudo a professora Dra. da Universidade Federal da Bahia (UFBA) Eliana Amorim.
“Abordar de forma integral pessoas, famílias e comunidades acometidas por hanseníase e doença de Chagas é um dos nossos grandes objetivos com este projeto”, ressaltou Eliana.
O IntegraDTNs-BA, iniciou suas atividades em 2018, tem duração de 24 meses, e conta pesquisadores e parceiros de várias instituições: Universidade Federal do Ceará, Faculdade Santo Agostinho, Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz – Bahia e Rio de Janeiro), Ministério da Saúde, Sesab, Fundação de Amparo à Pesquisa da Bahia (Fapesb), Netherlands Leprosy Relief (NLR) e as prefeituras de: Anagé, Barra do choça, Encruzilhada, Tremedal e Vitória da Conquista.
