Desde a última quarta-feira (05), os docentes das quatro universidades estaduais baianas (UESB, UESC, UNEB e UEFS) estão acampados em frente da Secretaria de Educação Bahia (SEC), em Salvador. Na tarde de ontem (06), devido a um forte temporal, os manifestantes procuram abrigo na Secretaria de Ciências e Tecnologia (SECT). Eles alegam que foram recebidos de maneira truculenta pela Polícia Militar, que tentou impedir a entrada dos professores.
Em entrevista ao site Avoador, Soraya Adorno, presidente da Associação dos docentes da UESB (Adusb),mostrou-se indignada com a forma que os docentes foram recebidos. “Isso demonstra como o governo Rui Costa trata o ensino superior nesse Estado”, disse.
Soraya relata que o governo tem sido intransigente. “Nosso acampamento tem motivo: é devido à intransigência do governo Rui Costa que não atende o movimento docente que já está há 60 em greve”, afirmou.
Ainda segundo o site Avoador, os professores e estudantes conseguiram ocupar o térreo da SECT. No entanto, os banheiros não foram liberados para serem utilizados pelos manifestantes. Por conta disso, eles estão improvisando com vasilhames no local.
Logo no início da greve, o Governador Rui Costa apresentou às universidades estaduais a proposta de 900 progressões de carreira e o recurso de R$ 36 milhões para investimento. No entanto, segundo nota da Adusb, ” a liberação de 900 promoções não atende nem mesmo a fila dos docentes que aguardam por seus direitos trabalhistas”, e que “os R$ 36 milhões liberados pelo governador não são recursos extra, mas parte dos recursos contingenciados e de receita gerada pelas próprias instituições”.
Confira as reivindicações dos professores:
- Destinação de, no mínimo, 7% da Receita Líquida de Impostos (RLI) do Estado da Bahia para o orçamento anual das universidades estaduais. Atualmente, esse índice é de aproximadamente 5%, segundo categoria;
- Reposição integral da inflação do período de 2015 a 2017, em uma única parcela, com índice igual ou superior ao IPCA;
- Reajuste de 5,5% ao ano no salário base dos docentes para garantir a política de recuperação salarial, referente aos anos de 2015, 2016 e 2017;
- Cumprimento dos direitos trabalhistas, a exemplo das promoções na carreira, progressões e mudança de regime de trabalho. Atualmente, conforme categoria, só na Uneb, mais de 400 professores possuem seus direitos à promoção negados pelo Estado;
- Ampliação e desvinculação de vaga/classe do quadro de cargos de provimento permanente do Magistério Público das Universidades do Estado da Bahia.