Após 6 anos do assassinato de Fábio Santos, militante do MST no Município de Iguaí-BA, pode ser que aconteça a primeira aconteça a primeira audiência do caso. A incerteza de que essa audiência aconteça se dá em decorrência das diversas interrupções que o processo já sofreu.
Fábio foi assassinado – na frente de sua esposa e filha – com 15 tiros durante uma emboscada no dia 2 de abril de 2013.
As investigações conduzidas pelo Grupo Especial de Mediação e Acompanhamento de Conflitos Agrários e Urbanos da Polícia Civil (Gemacau), apontaram a existência de uma “associação criminosa”, composta por fazendeiros e pistoleiros que atuavam na região de Iguai, Ibicuí e Nova Canãa. A denúncia destaca ainda que um dos motivos do crime foi a atuação da vítima em defesa da Reforma Agrária.
Ocorre que vários juízes e até uma promotora se declararam suspeitos para atuar no caso ao longo desses 6 anos. Para se ter ideia, o processo já rodou por sete comarcas, e pelas mãos de seis Juízes. O ministério Público só ofereceu a denúncia após 4 anos e 3 meses do assassinato.
Em julho de 2018, o Juiz Reno Viana decretou a prisão preventiva dos 6 acusados. Na operação foram presos o fazendeiro Délcio Nunes Santos, o comerciante Márcio Fabiano Cunha Borges e os vaqueiros Arenaldo Novais da Silva e Neuton Muniz da Silva. Na residência dos acusados foram encontradas armas de fogo. O fazendeiro Welder Leonardo Gusmão Amaral e Ricardo Neves de Oliveira (apontado pela polícia como executor do crime) ficaram foragidos.
Após apenas 47 dias presos, o Tribunal de Justiça determinou a libertação dos acusados e cancelou, 1 dia antes, a audiência que estava marcada para o dia 28 de setembro de 2018. Desde então o processo ficou parado, até que a Juiza Lázara Abadia designou audiência para o próximo dia 26 de junho. Espera-se que a audiência ocorra, mas pode ser que aconteça outra manobra judicial e a impunidade do caso continue.
Informações da Assessoria de Comunicação do MST