Por Kallil Oliveira
Na ONU, Bolsonaro discursa para sua base e ignora posição conciliadora
Por Kallil Oliveira
Nesta terça-feira, 24, o presidente Jair Bolsonaro abriu os discursos dos chefes de estado na ONU.
Jair Bolsonaro mateve sua estratégia de campanha para alimentar sua base eleitoral, está ciente que o Bolsonarismo está perdendo força. Continua alimentando o discurso anti-esquerda para fomentar o medo que é a principal ferramenta de sustentação do seu governo e mente ao levantar bandeira da preservação do meio ambiente.
O presidente do Brasil usou o palanque para falar exclusivamente com o seu eleitorado através do seu discurso radical e fantasioso, eliminou de vez a expectativa do resto do mundo de que o Brasil poderia adotar uma política conciliadora.
Foi protagonizador do discurso mais agressivo que já se viu na tribuna da ONU, lembrou países em guerra que já usou o mesmo espaço. Atacou Venezuela, Cuba, imprensa, mentiu ao dizer que a nossa floresta está intocada e também ao dizer que a proteção da Amazônia é prioridade no seu governo.
O mundo está perplexo com o presidente do Brasil. A repercussão do seu discurso não poderia ter sido mais negativa; a BBC mostrou trecho do discurso em que Bolsonaro diz que a Amazônia não é patrimônio mundial e sim do Brasil, chamou o discurso de agressivo e fez contraponto ao mostrar matéria que revela a destruição da floresta.
Já o The Guardian, após o discurso, classificou o governo Bolsonaro como “um governo introvertido, obcecado por conspirações e profundamente arrogante”.
O Bloomberg disse que Bolsonaro “cimentou a ruptura da tradição de multilateralismo do país”.
O El País disse que discurso do presidente revelou um “programa de ultradireita e anti-indígena”.
As palavras de Bolsonaro pode reforçar propostas de sansões e boicotes ao país como retaliação à sua política ambiental. A sua imagem – que já era negativa – reforça a prerrogativa de que o Brasil está sob comando de um radical, mentiroso e antidemocrático.