Uma mudança na política sobre discurso de ódio no Instagram fará com que a rede social passe a remover qualquer foto onde algum dos integrantes esteja fazendo o gesto manual de “OK”, porque tal gesto acabou se tornando um símbolo da supremacia branca — ao menos em alguns países.
Sob as novas regras, o Instagram passará a “fechar o cerco” sobre qualquer imagem que tenha alguma relação com discursos de ódio ou demonstrações de violência (como borrar fotos onde aparecem pessoas portando ou usando armas), e o gesto de “OK” passará a ser uma dessas imagens bloqueadas pela rede social.
Essa história começou durante as eleições presidenciais em 2016, quando um usuário do 4chan publicou uma história inventada sobre como o sinal de “OK” era um gesto secreto dos grupos de supremacia branca, onde os três dedos em riste simbolizariam o “W” da palavra “white” (“branco” em inglês), e o dedo indicador e o polegar fazendo um círculo seriam o “P” de “power” (“poder” em inglês), tornando o gesto, então, uma mensagem secreta que os grupos de supremacia branca usariam para indicar a frase “white power” (“poder branco”) — que é o “slogan” deste tipo de grupo.
A história foi, num primeiro momento, usada para dar uma explicação sobre o porquê o então candidato à presidência, Donald Trump, fazia tanto aquele gesto em seus comícios e discursos, dando a entender que era um modo de ele se identificar como um supremacista branco de maneira discreta.
Claro, a história toda não passou de uma pegadinha, mas o problema é que os supremacistas brancos gostaram tanto da ideia que passaram a usar o gesto de “OK” como uma forma de identificação do grupo ao qual pertenciam. O problema é que isso se tornou algo de conhecimento apenas daquelas pessoas que frequentam os fóruns conhecidos como chans, e o usuário comum da internet não tinha a menor ideia dessa história.
Isso tem criado muitos problemas desde então, como usuários sendo banidos do Facebook por postar fotos fazendo o sinal de “OK” com a mão, um torcedor do Chicago Cubs que foi banido do estádio ao fazer o gesto para a câmera da transmissão, e até mesmo com o ativista inglês Stephen Fry, que utilizou o gesto em uma propaganda para promover cuidados com a saúde mental e foi acusado de utilizar a oportunidade para provocar os supremacistas brancos.
*Fonte: Canaltech