Família acredita em erro médico. Hospital diz que “Durante todo o procedimento de parto, todas as condutas foram devidamente comunicadas e esclarecidas à paciente e à acompanhante”.
O pai de um bebê nascido morto no hospital Esaú Matos neste sábado (26), em Vitória da Conquista, acredita que a morte do seu filho foi consequência de erro médico ou omissão.
Rafael Novaes alega que sua esposa, Yasmim Gomes, foi levada no primeiro momento ao hospital Unimec, após entrar em trabalho de parto. Como a gestação era de 36 semanas – um bebê é considerado prematuro quando nasce antes de 37 semanas – o médico orientou que a paciente fosse encaminhada ao hospital Samur (particular) ou ao Esaú Matos (público). O casal optou pela unidade pública, onde Yasmim teria sido atendida por uma médica. Segundo Rafael, ele foi informado da ausência de anestesista na unidade. Ainda assim, a gestante foi hospitalizada e medicada para indução do parto. Rafael relata que o bebê foi maltratado durante os procedimentos, inclusive por conta da utilização do fórceps – instrumento cirúrgico que se utiliza para auxiliar o parto e facilitar a passagem da cabeça do bebê pelo canal da vaginal.
O pai revelou que o bebê nasceu sem sinais vitais e por meia hora tentaram reanimá-lo, sem êxito. Para ele, houve erro ou negligência médica, pois os exames demonstravam normalidade na gestação. Também, o médico que atendeu a sua esposa no outro hospital, horas antes, disse que a criança e sua esposa estavam bem, afirmou.
Rafael foi à delegacia, localizada no Disep – Distrito Integrado de Segurança Pública, prestou queixa e entrou em contato com a delegada plantonista, Alessandra Marcia Cardoso. Ela esteve no hospital Esaú Matos com uma equipe de investigadores para iniciar a apuração da denúncia. A delegada informou ao BConquista que o corpo do bebê foi encaminhado ao Instituto Médico Legal para realização da necropsia e esclareceu que somente o laudo irá indicar qual o motivo da morte do bebê. Com o laudo em mãos a PC poderá apurar eventuais responsabilidades, informou Alessandra.
Em nota, a assessoria do hospital confirmou que após a paciente dar entrada na unidade “foi necessário o uso de medicação para indução de contração, porém, sem resolução”.
Ainda segundo o hospital, “Ao realizar monitorização da vitalidade fetal, não foi escutado o coração do bebê e identificada a presença de mecônio fluido (sofrimento fetal). Diante do quadro, mostrou-se necessário o uso do fórceps (conduta amparada na literatura e nos manuais da medicina obstétrica). Durante todo o procedimento de parto, todas as condutas foram devidamente comunicadas e esclarecidas à paciente e à acompanhante”.
Leia a nota na íntegra;
Nota ao Blitz Conquista
A Fundação de Saúde de Vitória da Conquista informa que o Hospital Municipal Esaú Matos recebeu na manhã deste sábado, dia 26, paciente encaminhada pelo Hospital Unimec com quadro de trabalho de parto prematuro em dilatação completa, com 36 semanas de gestação.
No momento em que deu entrada nesta unidade, a paciente encontrava-se sem dor e foi necessário o uso de medicação para indução de contração, porém, sem resolução. Ao realizar monitorização da vitalidade fetal, não foi escutado o coração do bebê e identificada a presença de mecônio fluido (sofrimento fetal).
Diante do quadro, mostrou-se necessário o uso do fórceps (conduta amparada na literatura e nos manuais da medicina obstétrica). Durante todo o procedimento de parto, todas as condutas foram devidamente comunicadas e esclarecidas à paciente e à acompanhante.
Infelizmente, o bebê nasceu sem sinais vitais, sendo recebido pelo médico neonatologista, que tentou manobra de ressuscitação por 31 minutos, sem sucesso. A paciente encontra-se internada, recebendo todo o cuidado e amparo necessários.
A fundação manifesta imenso pesar com o desfecho e se coloca à disposição para maiores esclarecimentos.
Fundação Pública de Saúde de Vitória da Conquista
