O Sistema Integrado de Transporte (SIT) público da cidade de Vitória da Conquista não existe mais, conforme foi concebido no seu início. E tudo o que muitos opositores da gestão petista questionaram, depois que o sistema foi implantado, parece ser sido ignorado nos últimos tempos.
No momento “existem duas empresas de transporte atuando nas linhas urbanas”, mas, na verdade, não é bem só assim. O que se tem no momento são ônibus de duas empresas, alugados ao município por valor certo, decorrente de contratos feitos por dispensa de licitação. As empresas fornecem os veículos com motorista e cobrador. A administração do sistema está totalmente na mão da PMVC. A receita obtida com o pagamento das passagens é sua também. Sabe-se que boa parte das linhas é deficitária; neste caso, considerando-as individualmente, o que se gasta é maior que a receita. Agora, considerando o contexto da pandemia, torna-se difícil acreditar que o sistema como um todo não esteja no vermelho.
As implicações disso, caso não se prove o contrário, implica em que o povo de Conquista está pagando para manter os ônibus de duas empresas na cidade sem ter o devido retorno. E o que é pior: pondo em risco a população. As queixas ouvidas de populares sobre a qualidade dos serviços, a falta de pontualidade e a redução do número de veículos nas rotas são constantes. Nesse período de pandemia, por conta do menor número de veículos em operação, ocorre constantemente superlotação em momentos de pico.
Diante disso, cabe questionar por que os ônibus não são disponibilizados em maior número para todos os itinerários, ou, pelo menos, nos horários de pico. Os valores referentes ao custo total não são pagos de qualquer forma? Nessa condição de uso do transporte público, a maior parte da população economicamente produtiva não está sob a ameaça de maior probabilidade de contaminação? Se esse público adoecer, como ficarão os setores produtivos do município? O comércio não irá sofrer sem sua FORÇA produtiva?
Agindo dessa maneira, parece que a ação estratégica do grupo gestor atual, voltada para o transporte público de Vitória da Conquista, foi de deixar o sistema desintegrar-se (ao custo do sofrimento do povo e também do seu dinheiro) para depois estabelecer algo (até hoje não revelado devidamente, segundo estudos pouco esclarecidos) “maravilhoso”. Tomara que seja, mesmo! Mas, como a tal política de transporte está sendo conduzida, fica difícil acreditar.
Para quem leu a matéria até este ponto, acredite: essa parte nem foi tão severa porque não foi sequer considerado até agora o lado IRREGULAR do transporte coletivo na cidade. Isso talvez signifique entrar no âmbito da responsabilidade administrativa, civil, penal (talvez), quando promessas (não cumpridas) foram feitas, obviamente tendo como contrapartida o apoio em campanha eleitoral, a custas de se fazer vistas grossas à atrocidade de permitir que veículos desconhecidos, em condições estranhas (alguns bizarras, como o famoso caveirão), conduzidos por pessoas cuja habilitação não era comprovada, COLOCAVAM EM RISCO a vida os cidadãos conquistenses.
Sobre este problema, vejam os links:
Van apelidada de “Caveirão do BOPE” chegou para reforçar o transporte clandestino de Vitória da Conquista. http://www.blogdoleosantos.com.br/2018/05/04/o-caveirao-do-bope-chegou-para-reforcar-o-transporte-clandestino-de-vitoria-da-conquista/
Vitória da Conquista ocupa as últimas posições no quesito mobilidade urbana entre 100 cidades cidades mais inteligentes e conectadas http://www.blogdopaulonunes.com/v4/?p=45994
Transporte Coletivo: Relação incestuosa entre Prefeitura, Sindicato, Vanzeiros e Viação Vitória ( parte 7)
http://www.blogdopaulonunes.com/v4/?p=25636
Clandestinidade “institucionalizada”: “caveirão” bate em coletivo no campus da Uesb:
http://blitzconquista.com.br/?p=71857 O caveirão vai passando: Prefeitura não fiscaliza e van circula colocando em risco a população http://blitzconquista.com.br/?p=70890
Risco aos passageiros: leitor flagra van com porta caída na Urbis 6; vídeo
http://blitzconquista.com.br/?p=70980
Prefeitura afirma que sempre fiscalizou serviço de vans, mas veículos irregulares circulam livrement
Em breve (?) o terminal da Lauro de Freitas será entregue à população. Entretanto, o equipamento público, por si só, não garante que todo o sistema vá funcionar a contento. A princípio, pode-se afirmar que o conforto para o usuário deve melhorar devido ao aumento do espaço de espera, proteção do sol e da chuva etc. Mas, transporte público não envolve apenas estação de transbordo, corredores de ônibus e veículos.
Para o cidadão conquistense ficar ciente sobre o que será do transporte público municipal, parece que terá mesmo mais um bom tempo de espera.
